26/04/2025
A EDUCAÇÃO NA ERA DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: UMA ABORDAGEM FILOSÓFICA
UNESPAR - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ - PARANAVAÍ
MINICURSO
A educação na era da inteligência artificial: uma abordagem filosófica
A filosofia tem a irrenunciável tarefa de pensar o tempo presente e de se contrapor criticamente ao pensamento vigente e dominante. Ora, vivemos numa época caracterizada e dominada, sobretudo, pelas novas tecnologia digitais. Ao que parece, o pensar, o agir e o fazer do homem contemporâneo dependem, em grande medida, dos novos meios tecnológicos. Por isso, a filosofia não pode ser indiferente diante da emergência das tecnologias digitais e de seus impactos na sociedade e na educação. Cabe à filosofia, a tarefa de interrogar e problematizar o tempo presente, a fim de examinar criticamente o que está posto e pressuposto nas tecnologias digitais. Cumpre dizer que uma análise é filosófica se pretende identificar, examinar e explicitar os pressupostos teóricos – princpios, conceitos, critérios e valores que constituem o fundamento de uma questão filosófica. Por sua vez, uma questão é filosófica se instiga e desafia nossa compreensão, a fim de revelar o que está implícito ou oculto sob a superfície da realidade. Por esta razão, a educação é, fundamentalmente, um problema filosófico (antes de se constituir num problema científico), dado que a ciência se limita a circunscrever e a investigar as causas explicativas – as relações causais dos fenômenos. Ou seja, é próprio da filosofia se interrogar sobre a natureza e os fins da tecnologia e da educação.
Ora, a era digital é um subproduto e a expressão tecnológica e ideológica do atual estágio de desenvolvimento histórico do capitalismo – que se configura como uma nova revolução tecnológica consubstanciada nas novas ferramentas de inteligência artificial capazes de alterar nossa percepção da realidade – modificar nossa forma de pensar, produzir, trabalhar e de se comunicar, assim como o processo de ensino e de aprendizagem. É, sobretudo, uma nova tecnologia de produção (denominada de reestruturação produtiva) ao mesmo tempo que é expressão ideológica e operacional da racionalidade instrumental (limitada à relação entre meios e fins) – que domina a lógica mercantil e se estende à educação. A invenção, a difusão, o uso ou a aplicação das ferramentas da tecnologia digital é uma imposição do capitalismo. A obsessão dos capitalistas pelo lucro instrumentaliza a razão e a educação a serviço do capital. Neste sentido, a nova revolução tecnológica em curso assume um caráter pervasivo e mistificador, porque se apresenta dotada de qualidades divinas (onipresença, onisciência e onipotência). Funções mentais ou cognitivas são instanciadas ou transferidas para as máquinas e suscitam a esperança de que possam nos liberar ou nos dispensar da árdua tarefa de pensar.
Os aparatos técnicos que ao longo da história da humanidade eram vistos como meios (instrumentos ou ferramentas) do fazer humano, aparecem agora revestidos de novos poderes (mistificados), porque orientam ou determinam os fins de nossas ações. No âmbito educacional, ao mesmo tempo em que as tecnologias digitais se apresentam como ferramentas pedagógicas trazem como consequência imediata, a desprofissionalização, a despolitização e a desintelectualização do professor. Opera-se, deste modo, um deslocamento de ênfase da formação para a instrução técnica e do ensino para a aprendizagem (o aluno como protagonista), o que implica reduzir a educação a um processo de transmissão de informação e de aquisição de habilidades técnicas. Ou seja, as tecnologias digitais são incorporadas à educação não tanto porque trazem novas possibilidades e novos recursos de ensino e aprendizagem (a fim de tornar o trabalho educativo mais efetivo, personalizado e produtivo), mas porque é preciso impedir de acordo com a lógica de reprodução do capital (e sua ideologia de dominação) que a educação se torne um instrumento de emancipação humana.
Programação
1. Dia 26/04/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Colonialismo digital: a era do capitalismo de plataforma (de controle e de vigilância)
2. Dia 10/05/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Mentes e máquinas: inteligência artificial, automação e simulação do pensamento
3. Dia 24/05/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
O desafio da filosofia em face da ideologia da razão tecnológica: do imperialismo da razão técnica à regressão do pensamento crítico
4. Dia 7/06/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Inteligência artificial na educação: cultura escrita versus cultura digital
5. Dia 21/06/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Crise da docência, mercantilização do ensino e tecnologias digitais: as ferramentas de inteligência artificial substituirão o professor?
6. Dia 5/07/2005 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Novas tecnologias digitais, educação e sociedade: é ainda possível uma educação crítica e emancipatória?
7. Dia 12/07/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Avaliação – exposição oral dos temas escolhidos pelos alunos, seguida de debate e discussão
Ministrante: Prof. Dr. Claudinei Luiz Chitolina – UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná - Paranavaí
40 vagas/Certificado de 21hs
Inscrições gratuitas: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc-S1z5LuGEY-HgEkYp6TcKvvsv5fUePpoRtNdWO36xvSezsQ/viewform?usp=dialog
Período de inscrições: 01/03/2025 a 12/04/2025
Informações pelo e-mail: claudinei.chitolina@unespar.edu.br
(Os encontros serão na modalidade on line pela Plataforma Teams)
Minicurso
A educação na era da inteligência artificial: uma abordagem filosófica
A filosofia tem a irrenunciável tarefa de pensar o tempo presente e de se contrapor criticamente ao pensamento vigente e dominante. Ora, vivemos numa época caracterizada e dominada, sobretudo, pelas novas tecnologia digitais. Ao que parece, o pensar, o agir e o fazer do homem contemporâneo dependem, em grande medida, dos novos meios tecnológicos. Por isso, a filosofia não pode ser indiferente diante da emergência das tecnologias digitais e de seus impactos na sociedade e na educação. Cabe à filosofia, a tarefa de interrogar e problematizar o tempo presente, a fim de examinar criticamente o que está posto e pressuposto nas tecnologias digitais. Cumpre dizer que uma análise é filosófica se pretende identificar, examinar e explicitar os pressupostos teóricos – princípios, conceitos, critérios e valores que constituem o fundamento de uma questão filosófica. Por sua vez, uma questão é filosófica se instiga e desafia nossa compreensão, a fim de revelar o que está implícito ou oculto sob a superfície da realidade. Por esta razão, a educação é, fundamentalmente, um problema filosófico (antes de se constituir num problema científico), dado que a ciência se limita a circunscrever e a investigar as causas explicativas – as relações causais dos fenômenos. Ou seja, é próprio da filosofia se interrogar sobre a natureza e os fins da tecnologia e da educação.
Ora, a era digital é um subproduto e a expressão tecnológica e ideológica do atual estágio de desenvolvimento histórico do capitalismo – que se configura como uma nova revolução tecnológica consubstanciada nas novas ferramentas de inteligência artificial capazes de alterar nossa percepção da realidade – modificar nossa forma de pensar, produzir, trabalhar e de se comunicar, assim como o processo de ensino e de aprendizagem. É, sobretudo, uma nova tecnologia de produção (denominada de reestruturação produtiva) ao mesmo tempo que é expressão ideológica e operacional da racionalidade instrumental (limitada à relação entre meios e fins) – que domina a lógica mercantil e se estende à educação. A invenção, a difusão, o uso ou a aplicação das ferramentas da tecnologia digital é uma imposição do capitalismo. A obsessão dos capitalistas pelo lucro instrumentaliza a razão e a educação a serviço do capital. Neste sentido, a nova revolução tecnológica em curso assume um caráter pervasivo e mistificador, porque se apresenta dotada de qualidades divinas (onipresença, onisciência e onipotência). Funções mentais ou cognitivas são instanciadas ou transferidas para as máquinas e suscitam a esperança de que possam nos liberar ou nos dispensar da árdua tarefa de pensar.
Os aparatos técnicos que ao longo da história da humanidade eram vistos como meios (instrumentos ou ferramentas) do fazer humano, aparecem agora revestidos de novos poderes (mistificados), porque orientam ou determinam os fins de nossas ações. No âmbito educacional, ao mesmo tempo em que as tecnologias digitais se apresentam como ferramentas pedagógicas trazem como consequência imediata, a desprofissionalização, a despolitização e a desintelectualização do professor. Opera-se, deste modo, um deslocamento de ênfase da formação para a instrução técnica e do ensino para a aprendizagem (o aluno como protagonista), o que implica reduzir a educação a um processo de transmissão de informação e de aquisição de habilidades técnicas. Ou seja, as tecnologias digitais são incorporadas à educação não tanto porque trazem novas possibilidades e novos recursos de ensino e aprendizagem (a fim de tornar o trabalho educativo mais efetivo, personalizado e produtivo), mas porque é preciso impedir de acordo com a lógica de reprodução do capital (e sua ideologia de dominação) que a educação se torne um instrumento de emancipação humana.
Programação
1. Dia 26/04/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Colonialismo digital: a era do capitalismo de plataforma (de controle e de vigilância)
2. Dia 10/05/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Mentes e máquinas: inteligência artificial, automação e simulação do pensamento
3. Dia 24/05/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
O desafio da filosofia em face da ideologia da razão tecnológica: do imperialismo da razão técnica à regressão do pensamento crítico
4. Dia 7/06/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Inteligência artificial na educação: cultura escrita versus cultura digital
5. Dia 21/06/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Crise da docência, mercantilização do ensino e tecnologias digitais: as ferramentas de inteligência artificial substituirão o professor?
6. 5/07/2005 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Novas tecnologias digitais, educação e sociedade: é ainda possível uma educação crítica e emancipatória?
7. Dia 12/07/2025 – sábado (das 9:00hs às 12:00hs)
Avaliação – exposição oral dos temas escolhidos pelos alunos, seguida de debate e discussão
Ministrante: Prof. Dr. Claudinei Luiz Chitolina – UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná - Paranavaí
40 vagas/Certificado de 21hs
Inscrições gratuitas: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc-S1z5LuGEY-HgEkYp6TcKvvsv5fUePpoRtNdWO36xvSezsQ/viewform?usp=dialog
Período de inscrições: 01/03/2025 a 12/04/2025
Informações pelo e-mail: claudinei.chitolina@unespar.edu.br
(Os encontros serão na modalidade on line pela Plataforma Teams)