05/11/2020
"Avati Amuni" Anna Kálister Perena
Sinopse:
"Avati Amuni” é uma encantada. Sem deixar de lado autores da tradição metafísica tais como Platão, Hegel, Nietzsche e Heidegger, ela se descobre disposta a um pensamento de raízes africanas, quilombolas e indígenas. Reina no coração dela uma solidão sem fim. Estamos em 2010, o Brasil decai em uma barafunda danada, mas ela não deixa de se perguntar o seguinte: “por que, afinal, até agora, nesta Terra, só vigoraram filosofias de origem europeia?” — E ouve como resposta: “A tudo deves estar atenta, minha pequena. Surgirá dessa sua atenção quando plena, senão uma filosofia, ao menos uma atenção carinhosa que, quando dedicada ao universo, permitirá o nosso ressurgimento”. Mas de quem é essa voz? No universo em desencanto, não é possível ouvi-la. Dez anos depois, haverá uma epidemia de Covid, e Avati aprenderá a cuidar de si mesma. Se em 2010, ela se deixa seduzir por um professor estrangeiro, em 2020 ela vem como autora disto que aqui se enuncia como uma Filosofia Primeira. Se em 2010, ela verá, o tal professor, existindo dentro dela, e, por 10 anos, este mesmo professor abusar dela, em 2016, tudo se resolve. Sim, senhor. Em sendo Avati filósofa, o que restaria-lhe senão pensar? Por causa dessa experiência de pensamento é que virão em seu auxílio não somente filosofias europeias, mas também as sacerdotisas de Creta. Em 2017, diz a Luz que a ilumina: que seria necessário que ela confessasse tudo. “O medo é para os fracos. Nada temo”. Com esse aforismo, Avati revela primeiramente, que, ser testemunha ocular da ignorância de que o ente humano é capaz não é suficiente. É preciso coragem; mas também ternura e dedicação para ouvir o que os ancestrais decidiram para ela. Conseguirá Avati ouvir as divindades e dialogar com aquelas filosofias, a fim de fazer nascer uma autêntica Filosofia Brasileira? A fim de deixar-se tomar por entidades que intervieram no momento em que esta Terra era surrupiada, sob o verdadeiro nome de Avati Amuni, fez-se um canto. Apesar de fazer existir esse canto, Avati viu-se excluída de tudo e de todos; perdidos, viu 10 anos de sua existência e todos os acessos a si mesma. Labirintos viu nascer; pensou em suicídio. Mas não desistiu de lutar e de exigir que a verdade seja dita: para voltar a ser na imanência dos deuses, ousou permanecer no lume desta nave que é o pseudônimo de Anna Kálister Perena. Da verdade devota, morreu para alcançar o vetusto poder de revelar o poder-ser de uma Übermeschen, super-humana. Pergunta-se, por fim, já em 2020, Avati: “o que farão em minha ausência?”. Até agora, só Ninguém respondeu...
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