19/09/2019
Lançamento de Os Assassinos do Sol - vol. 4 | Marcio Amaral (ECO-UFRJ)
Contracapa:
Foi um longo caminho desde os pré-socráticos! No seu pensamento inaugural, nem se podia dizer que a verdade pertencia ao Real: ela era o próprio Real em movimento no dar-se e esconder-se, velar-se e desvelar-se. A verdade constituía uma atenção desvelada às marés do Real. Acompanhava o jogo de physis e lógos, estava na dimensão do Ser. Por quase vinte e três séculos, do VI a.C dos pré-socráticos ao XVII de Descartes, a verdade foi uma questão do Real, fez questão do Real, pôs o Real m questão. Mesmo com todas as rupturas e deslizamentos que foram necessários, no IV a.C., para reagir à irrupção brutal da sofística. Platão e Aristóteles deram boa conta dessas rupturas e dessa reação, e acabaram pondo a verdade na dimensão do discurso, dos enunciados, que serão, eles, verdadeiros ou falsos. Mas não em relação ao sujeito (essa ideia nem ocorreria aos antigos filósofos): em relação ao que é.
Essa maneira de tratar o Real em sua conexão com a verdade está sendo agora vigorosamente destituída por Descartes.