12/11/2020

Linguagem, conhecimento e hermenêutica filosófico-teológica em Santo Agostinho

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Este livro, com algumas adaptações para o formato, é nossa tese de doutoramento em Filosofia, na área de Metafísica, defendida junto ao Programa Integrado de Pós-Graduação em Filosofia (UFPB, UFPE, UFRN) do Departamento de Filosofia, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal da Paraíba. A referida foi aprovada em 18 de abril de 2017, na sala 216 do CCHLA, campus da UFPB. A Comissão Julgadora foi composta pelos seguintes membros: Prof. Dr. Miguel Antônio do Nascimento (UFPB, Orientador, Presidente da Comissão); Prof. Dr. Maria Simone Marinho Nogueira (UEPB, coorientadora); Prof. Dr. Anderson D’Arc Ferreira (UFPB); Profª. Dra. Suelma de Souza Moraes (UFPB); Prof. Dr. Nilo César Batista da Silva (UFS) e Prof. Dr. Tárik de Athayde Prata (UFPE).

Na tese, fazemos uma análise das questões do conhecimento e da linguagem, intrinsecamente ligadas e em função da hermenêutica de Santo Agostinho. No De magistro, De doctrina christiana e De dialectica, particularmente, ele entende que a linguagem é o principal veículo (convencional) de comunicação humano. Assim, empenha-se em entender (e expor) os modos como usamos a linguagem para a transmissão de significados – os pensamentos e intenções (cognitiones et voluntates) daquele que fala –, partindo das práticas e convenções linguísticas, subordinando a semântica à pragmática. Sua tarefa, portanto, é auferir valor à exposição da doctrina christiana (hermenêutica sagrada), mais que fundamentar simplesmente e sistematicamente um método, um modelo de interpretação (hermenêutica filosófica). Nessa intenção, o estudo da gramática ou de sentenças significativas (teoria dos signos) torna-se útil porque, além de supor uma ordem ôntico-ontológica (metalinguagem), supõe uma lógica interna da/na palavra no/do discurso que, bem conduzido-arranjado, ascende do complexo ao simples, da figuração à Forma inteligível (ιδ?α), do homem a Deus.

Essas noções, porém, não são próprias do/no Hiponense, mas herdadas da Bíblia e da tradição filosófica (platônicos, aristotélicos, estoicos e neoplatônicos). A novidade, em Agostinho, é fazer da linguagem, enquanto questão propositiva, um instrumento auxiliar para o conhecimento, que deve ser usado em favor da fé, da doctrina christiana (vera religio, vera philosophia) – e ele faz isso a partir de um ponto de vista na primeira pessoa, que culmina em uma hermenêutica proto-existencialista, a “primeira hermenêutica em estilo grandioso”, na expressão de Heidegger.

 https://www.editorafi.org/79agostinho

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