04/05/2023
Suplicantes: O Nascimento do Asilo Político na Tragédia Grega
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Este ensaio tem, à primeira vista, um tema bem específico: o conceito de asilo político. A novidade, no caso, é que o título afirma que este conceito nasce na Tragédia Grega. O leitor, de fato, irá encontrar, em primeiro plano, exatamente aquilo que o título promete, mas a abordagem proposta pretende, além de ser convincente, instigar à reflexão. Portanto, este não é um texto de curiosidades históricas e literárias sobre o nascimento de um instituto jurídico-político, e sim, uma leitura crítica que procura, mais do que ilustrar e contextualizar, pensar limites e possibilidades, convidar à reflexão. Por isso, o leitor irá descobrir, em segundo plano, que as informações, argumentos, análises e provocações oferecidos ao longo do texto são capazes de, ao final, propiciar uma compreensão mais elaborada e crítica não apenas estritamente sobre o asilo político, mas também sobre a “asilia” e sobre a política em geral, ou seja, sobre a caracterização da condição em que se encontra todo aquele ou aquela que precisa e pede por proteção (dentro ou fora das próprias fronteiras), sobre o tipo de relação e vínculo que se estabelece entre quem pede proteção (suplicante) e quem é pedido para que seja protetor (suplicado), e sobre os problemas e desafios que a súplica do outro, especialmente a do estrangeiro ou estrangeira, representa para a política, obrigando-a a se deparar com os seus limites e a reinventar as suas possibilidades - como ocorre em As Suplicantes, de Ésquilo. mas também frente aos milhões de suplicantes contemporâneos.
EDIÇÃO BILÍNGUE (Português-Inglês)
COEDIÇÃO: Editora UFPR e EDITORA UNIVALI
SUMÁRIO
Apresentação 11
Introdução 20
Súplica e Hospitalidade no Mundo Grego Antigo 26
Direito e Política na Tragédia Grega 38
As Suplicantes e os Dilemas da Política 46
Zeus, Deus e Mortalis Dei:
Do asilo religioso ao asilo político 71
Desfecho: Os dilemas da política diante dos refugiados,
deslocados, solicitantes de asilo e outros suplicantes 88
Referências 116