30/04/2024

DOSSIÊ BOAVENTURA DE BAGNOREGIO – 750 ANOS NA VIDA DO PENSAMENTO. (v.17, n.3, 2024, Edição Especial)

Boaventura de Bagnoregio faleceu em 15 de julho de 1374. Comemorar a morte de um pensador é oportunidade para se trazer à memória e para pensar a vida do pensamento.  É como pensador que, há 750 anos, Boaventura vive na história. Este número pretende celebrar isso convidando a pensar sobre sua contribuição para a vida do pensamento. Boaventura foi mestre de teologia em Paris, ministro geral da ordem franciscana e, por fim, por pouco mais de um ano, cardeal arcebispo de Albano, morrendo durante a preparação para o Concílio de Lião. Recebeu o epíteto de “doutor seráfico” e o título de “príncipe da teologia mística”. Nele, a fé edifica a teologia e se transforma em contemplação, animada por uma mística de um amor ardente. Nele, o estudo enquanto empenho e trabalho do intelecto culmina numa Páscoa mística, que se cumpre como um retorno afetivo ao mistério. A máxima iluminação do homem de desejo se dá como um mergulho na caligem supraluminosa do Deus escondido. A ciência culmina na sapiência, que é o saber de experiência feito, o saber como sabor. Ao longo do itinerário da mente para Deus o macrocosmo se torna livro a ser lido nas entrelinhas com a força luminosa do intelecto. O ser humano, microcosmo, ascende e se deixa reconduzir ao Primeiro Princípio, o “Pai das Luzes’. Para ele, o ser é luz, o conhecer é iluminação. As suas posições filosóficas – exemplarismo, hilemorfismo universal, razões seminais, iluminação intelectual e moral, etc – reconduzem-se a uma metafísica onde o Verbo incriado, encarnado e inspirado, é o medium da Trindade, do universo e do ser humano.

As contribuições a este número podem versar sobre os diversos aspectos da vida do pensamento na vida e obra de Boaventura, sobre suas fontes e suas relações com a tradição filosófica-teológica-mística, bem como sobre a história de suas repercussões e sobre aproximações com o pensamento hodierno. Assim, pode-se revelar uma contemporaneidade da mensagem boaventuriana em um mundo em que a terra clama por uma renovada escuta de sua linguagem e o livro do universo pede para ser relido em outras chaves interpretativas que não as motivadas pelo interesse da conquista e da exploração, do saber que se reduz a poder, recobrando, assim, seu valor simbólico-analógico e conclamando para a fraternidade universal.

Os artigos devem ser submetidos até o dia 30 de novembro de 2024: https://periodicos.apps.uern.br/index.php/RTF/about/submissions

https://periodicos.apps.uern.br/index.php/RTF

Prof. Dr. Marcos Aurélio Fernandes (PPGFIL UnB)

Me. Carlos Vinícius Sarmento Silva (Doutorando/PPGFIL UnB)

Editores convidados

Marcos Érico de Araújo Silva (UERN)

Editor-Chefe

Klédson Tiago Alves de Souza (Universidade de Coimbra)

Editor Assistente