O Observatório Racial da Anpof é uma construção coletiva que pretende pensar, fortalecer e ampliar a participação das pessoas negras, indígenas, amarelas e marrons de origem asiática e não brancas nos estudos da área de Filosofia e, em especial, nos programas de Pós-graduação. Nesses termos, o Observatório propõe um conjunto de ações em vários níveis e que articulam as discussões e pesquisas em torno das questões etinicorracias, relacionando também questões de gênero, sexualidade e território.

Nessa perspectiva, o Observatório Racial entende a necessidade da coleta, sistematização e divulgação de dados de identificação raciais, e sua interseção com gênero, sexualidade, território. Também reconhece a necessidade de fortalecimento e promoção de políticas públicas de fomento à pesquisas com temáticas em torno das questões étnico raciais um fundamento central para a elaboração do pensamento no Brasil.

Com a criação deste Observatório, acreditamos que seremos capazes de compreender os desdobramentos das questões raciais na pesquisa filosófica e da importância de pautar esse pensamento no interior da comunidade filosófica brasileira. Para tanto, buscaremos nos articular com iniciativas e coletivos já existentes na nossa comunidade filosófica e em concomitância pretendemos estimular a leitura de pessoas negras, indígenas, de pensamentos não ocidentais e das epistemologias do Sul Global. Acreditamos que a diversidade ou pluriversidade é o destino mais criativo para a filosofia.

Nossos eixos de atuação são os seguintes:

1)     Fomentar relações com outros coletivos para desenvolver e fortalecer as questões raciais na sua relação com outras intersecções;
2)     Exigir a coleta e sistemarizacal de dados raciais junto às agências de fomentos e aos órgãos responsáveis pela educação e saúde;
3)     Divulgar, traduzir, e produzir textos sobre questões raciais e textos produzidos por outras epistemologias do Sul Global;
4)     Fomentar o debate sobre a branquitude para implicar as pessoas brancas no processo de racialização;
5)     Fomentar, divulgar e refletir sobre os sabedores ancestrais que formaram o Brasil.