Nota em defesa de Márcia Tiburi

Carla Rodrigues

Professora do Departamento de Filosofia da UFRJ e pesquisadora Faperj
Integrante do GT Filosofia e Gênero

Valéria Cristina L. Wilke

Professora de Filosofia (UNIRIO); Integrante do GT Filosofia e Gênero

Susana de Castro

Professora do Departamento de Filosofia e do Programa em Pós-Graduação em Filosofia da UFRJ; Integrante do GT Filosofia e Gênero da Anpof.

Marília Pisani

UFABC
Integrante do GT Filosofia e Gênero

Izilda Johanson

Professora de Filosofia da Unifesp e coordenadora do GT de Filosofia e Gênero

Príscila Carvalho

Professora associada ao NEA/UFRJ

Tânia Kuhnen

Profa. UFOB

Maria de Lourdes Borges

UFSC

Sílvia Saes

UFBA

Carla Milani Damião

UFG

Janyne Sattler

Profa. UFSC, integrante do GT Filosofia e Gênero e do Projeto Uma Filósofa Por Mês

Cristiane Maria Marinho

UECE

Ilze Zirbel

CESUSC

Carmelita Brito de Freitas Felício

UFG

Maria José Pereira Rocha

PUCGO

Sandra Caponi

UFSC

17/12/2021 • Coluna ANPOF

Nossa sociedade machista e misógina facilmente ridiculariza a intelectual quando a mesma não reproduz o modelo da mulher submissa e dócil da sociedade patriarcal. O ataque nas redes sociais, sofrido pela filósofa e escritora Marcia Tiburi, é um exemplo típico de misoginia. 

Márcia fez uma postagem nas redes sociais na qual emprega o termo Abya Yala, criado pelo povo Kuna, originário do norte da Colômbia, atualmente habitantes da costa caribenha do Panamá, na Comarca de Kuna Yala (San Blas), para nomear os territórios americanos antes da invasão europeia. Abya Yala na língua do povo Kuna significa “Terra madura”, “Terra Viva” ou “Terra em florescimento”. Esse termo é amplamente utilizado pelos autores decoloniais e, em nenhum momento, eles, homens e mulheres, sofreram ataques semelhantes, o que nos leva a crer que as críticas sofridas por Márcia tenham como alvo, não as ideias decoloniais em si, mas sim a sua pessoa. Ridicularizar e humilhar mulheres são atitudes típicas de misoginia que, infelizmente, vemos reproduzidas no nosso meio filosófico.  

Lamentamos e repudiamos terminantemente esse ataque que visa à desmoralização e à ridicularização, e não a uma discussão de ideias filosóficas e posições políticas. 

Susana de Castro (UFRJ)
Maria de Lourdes Borges (UFSC)
Sílvia Saes (UFBA)
Carla Milani Damião (UFG)
Valéria Cristina Lopes Wilke (UNIRIO)
Janyne Sattler (UFSC)
Cristiane Maria Marinho (UECE)
Ilze Zirbel (CESUSC)
Tânia Aparecida Kuhnen (UFOB)
Marilia Mello Pisani (UFABC)
Príscila Teixeira de Carvalho (Subst. UERJ)
Carmelita Brito de Freitas Felício (UFG)