Da Perfectibilité à Bildsamkeit. A ascendência rousseauniana da antropologia de Fichte
v. 25 n. 2 (2020): Edição especial: Dossiê Fichte • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Autor: Marco Rampazzo Bazzan, Matteo Vincenzo D'Alfonso
Resumo:
Este artigo investiga como Fichte elabora sua antropologia em Jena com o intuito de resolver a questão levantada por Rousseau sobre a ambivalência do processo de civilização. A solução fichteana carateriza-se pela tentativa de conceber um equilíbrio dinâmico entre natureza e liberdade que se realizaria com a educação [Bildung] em vista de um progresso moral na esteira de Kant. Nesta perspectiva e com base no entendimento de Koselleck da Perfectibilidade, o artigo ilustra como as categorias das Pulsões e do Esforço permitem um avanço na concepção do homem como ser histórico, inaugurada por Rousseau no Segundo Discurso.
Abstract:
This paper highlights how Fichte develops his anthropology by trying to solve the fundamental question raised by Rousseau about the ambivalence of modern civilization process. Fichte’s solution consists in conceiving a dynamic balance between nature and freedom that would be achieved in education within the horizon of moral progress in the wake of Kant. Based on Koselleck's understanding of Perfectibility, this article shows how Fichte’s conception of drives and efforts allows an advance in the conception of man as a historical being, inaugurated by Rousseau in the Second Discourse.
DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i2p13-32
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/issue/view/11618
Palavras-Chave: Fichte, Rousseau, perfectibilidade, antropologia, segunda natureza, Bildsamkeit
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade
Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.
Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.