Haveria um lugar conceitual e sistemático para a educação na filosofia de Fichte? Notas sobre o

v. 25 n. 2 (2020): Edição especial: Dossiê Fichte • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: João Geraldo Martins da Cunha

Resumo:

Este trabalho defende a hipótese de que algumas posições sobre a educação apresentadas por Fichte em seu “Plano Dedutivo” para a universidade de Berlim podem ser inseridas sistematicamente em sua filosofia. Para tanto, articula três teses: (1) a necessidade de crítica da atividade docente e do funcionamento da universidade de então como uma instituição ultrapassada em relação aos propósitos de sua existência; (2) a prescrição da tarefa do intelectual frente a seu presente como exigindo dele um saber, ao mesmo tempo, filosófico e histórico; e (3) a suposição de que o exercício de crítica da razão é, ainda que não exclusivamente, “reflexionante”.

Abstract:

This paper claims the hypothesis that some of the statements on education presented by Fichte in his “Deductive Plan” for the University of Berlin can be systematically inserted in his philosophy. To this end, it articulates three theses: (1) the need to criticize the teaching activity and the functioning of the university at the time Fichte lived in as an outdated institution in relation to the purposes of its existence; (2) the prescription of the intellectual's task in the face of his present as demanding from him a philosophical and, at the same time, historical knowledge; and (3) the assumption that the exercise of the criticism of reason is, although not exclusively, "reflective".

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/issue/view/11618

Palavras-Chave: Fichte, universidade, dedução, tarefa intelectual, Juízo reflexionante

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.