Símbolo e signo na estética de Hegel

v. 25 n. 4 (2020) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Guilherme Ferreira

Resumo:

Este artigo examina a concepção hegeliana de signo e a função que esse conceito cumpre no interior da estética de Hegel. Tomando por base o sentido totalizante do conceito de belo artístico como signo da ideia, o objetivo central deste artigo é mostrar que a noção hegeliana de signo cumpre um papel determinante em âmbitos específicos da estética, sobretudo, no contexto da forma de arte romântica, na qual o signo expressa a determinação sensível-espiritual mais elevada do conceito de arte. Nesse sentido, defendemos duas hipóteses. A primeira consiste em afirmar que o signo, e não o símbolo, é o elemento predominante da determinação romântica-moderna do belo artístico. A segunda sustenta que, enquanto imagem-sígnica, a bela arte romântica se define como expressão da recriação subjetiva da objetividade.

Abstract:

This article examines the Hegelian conception of sign and the function that this concept fulfills within Hegel's aesthetic. Based on the totalizing sense of the concept of artistic beauty as a sign of the idea, the central objective of this article is to demonstrate that the Hegelian concept of sign fulfills a determining role in specific areas of aesthetics, especially in the context of the romantic art form, in which the sign expresses the highest sensitive-spiritual determination of the concept of art. In this sense, we defend two hypotheses. The first consists in affirming that the sign, and not the symbol, is the predominant element of the romantic-modern determination of the beautiful artist. The second sustains that, as a sign-image, the beautiful romantic art is defined as an expression of the subjective recreation of objectivity.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v25i4p59-80

Palavras-Chave: Hegel, estética, símbolo, signo, imagem-sígnica

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.