Participação e liberdade política em Hannah Arendt

n. 10 (2007) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Yara Adario Frateschi

Resumo:

Pretende-se, neste artigo, mostrar de que modo Arendt, mantendo-se fiel à sua posição marxista e à crítica contundente da democracia forma, combina elementos liberais e democráticos para defender um modelo de Estado constitucional, onde os direitos individuais sejam garantidos ao mesmo tempo em que sejam mantidos espaços de liberdade que permitam aos cidadãos tornarem-se, de algum modo, participantes da gestão governamental e das questões públicas em geral. Para tanto, me concentrarei, não nos textos em que Arendt se volta para o totalitarismo ou para a ditadura, mas naqueles (principalmente Da Revolução e Desobediência Civil) em que se dedica a refletir sobre os modos de gerar e ampliar espaços de liberdade em um contexto político em que as condições para tanto estão, em certa medida, já estabelecidas, como é o caso da república americana.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i10p83-100

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64780

Palavras-Chave: Hannah Arendt, Participação política, Liberda

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.