A esfera pública e as proteções legais anti-racismo no Brasil

n. 16 (2010) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Rúrion Soares Melo, Felipe Gonçalves Silva, Marta Rodrigues de Assis Machado

Resumo:

O artigo parte do pressuposto teórico-analítico de que uma melhor compreensão da efetividade do Estado de direito em democracias constitucionais depende da análise e da reconstrução dos vínculos internos entre Estado de direito, a dinâmica da esfera pública e a própria democracia. A tematização e as controvérsias públicas sobre os problemas que já são ou que deveriam ser regulados pelas leis existentes podem colocar em ação processos judiciais que visam uma con?guração mais concreta do sistema de direitos vigente. Recorrer a tais premissas teóricas implica ir além do mero diagnóstico do (Não)-Estado de direito nos países da América Latina e no Brasil em particular. Nossa hipótese – fundada inicialmente na teoria crítica da sociedade tal como foi formulada por Jürgen Habermas, principalmente em seu conceito de esfera pública – levou-nos a observar o que realmente estava ocorrendo na relação entre sociedade civil e o Estado e a investigar se o aumento da discussão sobre problemas raciais na esfera pública, assim como a crescente organização do movimento negro, produziu nos últimos anos algumas transformações nas instituições jurídicas.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i16p95-116

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64822

Palavras-Chave: Esfera pública, Estado de direito,Jürgen Hab

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.