Sobre “despertares” e revoluções

n. 17 (2011) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Leonardo Rennó Santos

Resumo:

O artigo aponta para a pertinência de uma leitura da Revolução na maneira de pensar, tema maior do Segundo Prefácio da Crítica da razão pura, à luz do duplo despertar do sono dogmático, confessado por Kant nos seus Prolegômenos a respeito de David Hume e similarmente indicado em nota manuscrita sobre o seu encontro com a obra de J.-J. Rousseau. Defende-se com isto que as questões postas pela obra do escocês não só não puderam ser plenamente elucidadas por Kant sem que este ao mesmo tempo considerasse com diligência o pensamento rousseauísta, como também, e sobretudo, que tal esforço exegético redundou precisamente na proposição da atitude crítica como solucionadora dos problemas continuamente reiterados pela postura dogmática em metafísica.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i17p53-70

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64837

Palavras-Chave: Kantianism,Despertar,Revolução,Modo de pensar

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.