Autonomia, Vulnerabilidade, Reconhecimento e Justiça

n. 17 (2011) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Axel Honneth, Joel Anderson

Resumo:

Neste artigo, desenvolvemos uma concepção do que significaria para uma sociedade levar a sério a obrigação de reduzir as vulnerabilidades relacionadas à autonomia dos indivíduos a um mínimo aceitável. Sustentamos, em particular, que as concepções liberais típicas subestimam o escopo dessa obrigação porque não conseguem levar em conta as várias ameaças à autonomia. A concepção alternativa de autonomia que esboçamos aqui ressalta os modos pelos quais a autonomia dos indivíduos pode ser reduzida ou prejudicada por meio de danos causados às relações sociais que asseguram a autonomia. Ao articularmos uma concepção de autonomia nos termos, mais específicos, de uma teoria do reconhecimento recíproco, procuramos explicitar o viés individualista presente nas concepções liberais e a concomitante desconsideração de nossa dependência de relações de respeito, cuidado e estima. Concluiremos antecipando algumas implicações mais amplas disso para como concepções procedimentais de justiça social devem ser revistas.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i17p81-112

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64839

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.