Racionalidade prática e sensibilidade em Kant

n. 20 (2012) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: François Calori

Resumo:

Este artigo pretende investigar a relação entre razão prática e sensibilidade na filosofia moral de Kant. Seu propósito principal é a analisar o sentimento de respeito no terceiro capítulo da Analítica da Crítica da razão prática. Neste célebre texto, a sensibilidade, que no primeiro capítulo havia sido desqualificada como possível fundamento para a lei moral, recebe uma nova significação moral mediante o sentimento de respeito, identificado como o único móbil da razão prática. Entretanto, para compreender a significação exata deste sentimento de respeito e sua função enquanto móbil, é preciso examinar a evolução da filosofia de Kant quanto à questão da dimensão sensível da moralidade no período “pré-crítico” e atentar para as reflexões que acompanham a Doutrina da Virtude sobre as assim chamadas « condições estéticas preliminares da receptividade do ânimo para o dever ». A interpretação do respeito como sentimento moral não é apenas importante para a compreensão da filosofia prática enquanto todo sistemático. É também uma noção crucial para a compreensão do sentimento enquanto faculdade fundamental da mente e para a interpretação da natureza da sensibilidade na filosofia transcendental de Kant. 

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i20p13-54

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64860

Palavras-Chave: Razão prática,Kant, Sentimentos morais,Sensib

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.