O problema da linguagem no discurso filosófico kantiano como questão político-jurídica

n. 20 (2012) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Diego Kosbiau Trevisan

Resumo:

O artigo apresenta os delineamentos para uma interpretação político-jurídica da linguagem filosófica em e a partir de Kant. O filósofo concebe a peculiaridade de seu próprio modo de exposição, ou, ao menos, daquele que julga o mais indicado em filosofia, como uma questão de linguagem, formulada, curiosamente, segundo paradigmas político-jurídicos: a possibilidade de comunicabilidade do pensamento rejeita o uso de um “tom” senhoril, seja num dogmatismo pedante que suprime o elemento sensível, seja numa exaltação sentimental que se arroga uma linguagem de iniciado que impede o universalismo pressuposto em toda expressão compartilhada do saber. O nosso objetivo é apresentar passagens em que Kant esboça essa analogia e formula, em termos político-jurídicos, as condições de possibilidade do uso livre e público da razão sob a forma de uma questão de linguagem. 

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v0i20p81-100

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/64862

Palavras-Chave: Kant,Direito,Política,Linguagem,Exposição

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.