Genealogia e historicismo crítico: dois modelos de Esclarecimento nos escritos de Horkheimer e Adorno

v. 22 n. 2 (2017) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: John Abromeit

Resumo:

Este artigo sustenta que dois conceitos distintos de Esclarecimento coexistem em tensão na Dialética do esclarecimento de Horkheimer e  Adorno. De acordo com o primeiro conceito, genealógico, o Esclarecimento é uma forma confusa de autopreservação que existiu desde a aurora da civilização ocidental. O segundo conceito, historicista crítico, concebe como Esclarecimento os ideais críticos e antiautoritários articulados – mais radicalmente na França do século XVIII – durante o irregular desenvolvimento da sociedade burguesa moderna. Depois de examinar as origens destes dois conceitos nos primeiros escritos de Adorno e Horkheimer, este artigo demonstra porque o primeiro conceito se tornou dominante na Dialética do esclarecimento, ao mesmo tempo apontando traços significativos do segundo conceito que ali permaneceram. Argumenta-se que uma reconsideração do conceito historicista crítico revela um modelo de Teoria Crítica inicial que ainda pode fornecer uma alternativa convincente não apenas para a Dialética do esclarecimento, mas também para as tentativas mais recentes de situar a Teoria Crítica em fundamentos normativos.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v22i2p13-38

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/138840

Palavras-Chave: Esclarecimento, historicismo, Max Horkheimer,

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.