Do poderio tecnológico ao dever de responsabilidade: sobre a crítica à tecnociência em Hans Jonas e Günther Anders

v. 22 n. 4 (2017) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Maurício Chiarello

Resumo:

A civilização hodierna caracteriza-se por um preocupante descompasso: de um lado, o descomunal poderio tecnológico alcançado; de outro, nossa flagrante incapacidade para lidar com os efeitos deste poderio e deliberar sobre seu emprego responsável e consequente. O tema do crescente descompasso entre poder tecnológico e dever de responsabilidade correspondente, cujas consequências são cada vez mais catastróficas, ocupa um lugar central tanto na obra de Günther Anders como na de Hans Jonas. No presente trabalho, investigamos as distintas propostas elaboradas por estes dois pensadores no intento de superar o descompasso assinalado, uma de teor eminentemente ético, outra de cunho preponderantemente estético. Assim fazendo, buscamos acusar uma falta comum nestas distintas propostas: ambas terminam por menoscabar a possibilidade de reestruturação da própria atividade tecnocientífica, de modo a torná-la capaz de se desenvolver atendendo a valores fundamentais.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v22i4p13-42

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/137264

Palavras-Chave: Hans Jonas, Günther Anders,Tecnociência,teori

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.