Meu caminho para Heidegger. Ou: a metafísica e o apelo da questão do ser

v. 23 n. 2 (2018) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Fernando Costa Mattos

Resumo:

Este artigo retraça um caminho de pesquisa na filosofia alemã, o qual passa por Kant, Nietzsche e, depois de um desvio pela controvérsia entre Habermas e Dieter Henrich nos anos 1980, desemboca em Heidegger. O foco da reflexão é a questão da metafísica, ou, mais especificamente, o modo como o problema da metafísica é enfrentado por cada um desses autores. Se, em Kant, a metafísica deixa de ser um discurso sobre objetos e passa a tratar de ideias (as quais, em todo caso, podem ainda ser objetos de crença), em Nietzsche ela seria, enquanto cosmologia, concebida por oposição à visão cristã de mundo, mas também sem afirmar objetos propriamente ditos. O assunto é retomado na cena contemporânea por Dieter Henrich, que se contrapõe à ideia habermasiana de um pensamento pós-metafísico e aponta para a necessidade de reavivar o campo da metafísica em linha com o que alguns autores teriam feito no século XX - notadamente Martin Heidegger, para quem a ontologia demanda uma nova linguagem, capaz de exprimir o ser enquanto tal.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v23i2p53-66

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/146408

Palavras-Chave: Kant,Nietzsche,Heidegger,METAFÍSICA,ONTOLOGIA

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.