Sobre o caráter ontológico da ciência: possíveis contribuições de Nicolai Hartmann para um problema do realismo especulativo

v. 23 n. 2 (2018) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Eduardo Nasser

Resumo:

Quentin Meillassoux, um dos nomes mais promissores do realismo especulativo, tendência intelectual de nosso tempo que constitui opção ao legado da filosofia moderna, entende que o correlacionismo (Corrélationisme) só poderá ser desestimulado quando o problema da ancestralidade for seriamente enfrentado, e o prestígio ontológico do discurso matemático, o idioma da ciência, for recuperado. No século passado, Nicolai Hartmann propôs algo similar ao apontar para o enfraquecimento do correlativismo (Korrelativismus) ocasionado pela atitude científica. Todavia, diferentemente de Meillassoux, Hartmann entende que o valor da ciência para a ontologia não está na aptidão de matematizar o discurso, mas na ampliação da intuitividade e no desvelamento das categorias.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v23i2p67-79

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/148957

Palavras-Chave: ciência, realismo especulativo,matemática,ont

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.