Juízo e opinião em Hannah Arendt

v. 24 n. 1 (2019) • Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Autor: Yara Frateschi

Resumo:

A primeira parte deste texto reconstrói a história da filosofia política, tal como contada por Hannah Arendt a partir de alguns dos seus personagens principais: Platão, Hegel e Marx. A despeito dos distintos contextos, problemas e eventos aos quais respondem, estes filósofos apresentam um traço comum: a fuga da política e a hostilidade contra a pluralidade humana. Trata-se de mostrar que, para Arendt, a possibilidade de uma nova filosofia política depende desse exercício de submeter a filosofia política ocidental a uma crítica radical. A segunda parte analisa as soluções filosóficas que Arendt apresenta na sua tentativa de reconciliar a filosofia com a política no que diz respeito a dois temas centrais e interligados: a formação do juízo e da opinião. A formação dialógica e intersubjetiva de opinião (que Arendt formula com Sócrates) e o pensamento representativo (que Arendt formula com Kant) são, na minha interpretação, dois dos momentos mais potentes da sua obra, capazes de fornecer insights preciosos para a constante atualização do seu pensamento político.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v24i1p35-65

Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/filosofiaalema/article/view/156216

Palavras-Chave: Hannah Arendt, Filosofia política, Pluralidad

Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade

Organizada pelo Grupo de Filosofia Crítica e Modernidade (FiCeM), um grupo de estudos constituído por professores(as) e estudantes de diferentes universidades brasileiras, a revista Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade é uma publicação semestral do Departamento de Filosofia da USP que, iniciada em 1996, pretende estimular o debate de questões importantes para a compreensão da modernidade.

Tendo como ponto de partida filósofos(as) de língua alemã, cujo papel na constituição dessa reflexão sobre a modernidade foi – e ainda é – reconhecidamente decisivo, os Cadernos de Filosofia Alemã não se circunscrevem, todavia, ao pensamento veiculado em alemão, buscando antes um alargamento de fronteiras que faça jus ao mote, entre nós consagrado, da filosofia como “um convite à liberdade e à alegria da reflexão”.