Espinosa e a tradição melancólica
Cadernos Espinosanos n. 18 (2008) • Cadernos Espinosanos - Estudos sobre o século XVII
Autor: Marcos F. de Paula
Resumo:
Desde o Problema XXX, atribuído a Aristóteles, uma longa tradição de filósofos, artistas e escritores vê a melancolia como afeto positivo ligado ao “homem de gênio” e à criação intelectual em geral. Do ponto de vista da teoria dos afetos de Espinosa, o problema da melancolia coloca um outro: como é possível que de uma tristeza profunda possa nascer a atividade intectual, artística, literária? Toda atividade é uma produção, uma alegria, aumento da potência de agir e pensar: como ela poderia nascer da melancolia? Nossa hipótese é que o problema se explica pela “alegria eufórica”, a outra face da melancolia, que nasce como reação do desejo contra a própria tristeza. Por ser alegria, afasta a tristeza profunda; mas por ser eufórica, mantém o “melancólico” preso à sua própria doença. Assim, a reação não cura o “doente” de seu “mal”, o mantém num círculo interminável de euforia e estado melancólico.
DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2008.89333
Texto Completo: http://www.revistas.usp.br/espinosanos/article/view/89333
Palavras-Chave: Melancolia,Criação,Alegria,Euforia,Desejo
Cadernos Espinosanos - Estudos sobre o século XVII
O objetivo dos Cadernos Espinosanos é publicar semestralmente trabalhos sobre filósofos seiscentistas, assim como leituras contemporâneas a respeito do pensamento destes, constituindo um canal de expressão dos estudantes e pesquisadores do Departamento de Filosofia da USP e de outras instituições brasileiras e estrangeiras.
Serão aceitos artigos e ensaios originais, traduções e resenhas que possam contribuir com o acervo sobre a filosofia moderna.
The aim of this journal is to published every semester works on seventeenth-century philosophers, as well as contemporary readings about the thought of these, constituting a channel of expression of students and researchers from the Department of Philosophy at USP and other Brazilian and foreign institutions.
Articles and original essays, translations and reviews that may contribute to the early modern philosophy research will be accepted.