O PARADOXO DA LIBERDADE POLÍTICA EM SPINOZA: UMA HERANÇA DE MAQUIAVEL

Cadernos Espinosanos Maquiavel e Espinosa n. 32 (2015) • Cadernos Espinosanos - Estudos sobre o século XVII

Autor: André Santos Campos

Resumo:

O “paradoxo da liberdade” consiste em esta só poder ser atingida através da obediência, a qual é vista frequentemente como o contrário da liberdade. Neste artigo, demonstrar-se-á que o paradoxo começa por nascer em Maquiavel, o qual, porém, deixa-o em aberto ao colocar a liberdade tão-só dentro de um contexto de governação. Spinoza, contudo, dará um passo em frente na sua abordagem à liberdade política. Ele aborda esta problemática diretamente nos seus dois tratados políticos (o TTP e o TP) e ambos expressam o mesmo entendimento da liberdade, embora através de diferentes instâncias terminológicas. A solução spinozana combina um conjunto de critérios variados para a determinação da liberdade política, tanto da perspectiva do indivíduo como da perspectiva do Estado. Todavia, a sua combinação não é simples cumulação, mas sim uma complexa escala permitindo medir a liberdade em graus. Dessa maneira, Spinoza consegue fazer com que diferentes tipos de liberdade se compatibilizem com diferentes tipos de obediência.

DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2447-9012.espinosa.2015.102694

Texto Completo: http://www.revistas.usp.br/espinosanos/article/view/102694

Palavras-Chave: Spinoza,paradoxo, liberdade política,obediênc

Cadernos Espinosanos - Estudos sobre o século XVII

O objetivo dos Cadernos Espinosanos é publicar semestralmente trabalhos sobre filósofos seiscentistas, assim como leituras contemporâneas a respeito do pensamento destes, constituindo um canal de expressão dos estudantes e pesquisadores do Departamento de Filosofia da USP e de outras instituições brasileiras e estrangeiras.

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