DEBATES EM TEORIA DEMOCRÁTICA CONTEMPORÂNEA: NOTAS SOBRE A RELAÇÃO ENTRE AS TEORIAS DO MERCADO POLÍTICO E O PRINCÍPIO DA HARMONIA NATURAL DOS INTERESSES // DOI: 10.18226/21784612.V23.DOSSIE.6

V. 23 (2018) Dossiê • Conjectura: filosofia e educação

Autor: Nikolay SteffensAs discussões contemporâneas em teoria democrática estão marcadas pelo debate acerca da crise da representação. Importa a tal discussão ressignificar a tensão entre participação e representação, o que, a meu juízo, pode ser elaborado a par

Resumo:

As discussões contemporâneas em teoria democrática estão marcadas pelo debate acerca da crise da representação. Importa a tal discussão ressignificar a tensão entre participação e representação, o que, a meu juízo, pode ser elaborado a partir da chave da deliberação. Ou seja, uma antiga tensão entre modelos representativos e participativos estaria superada (PLOTKE, 1997). Restaria, portanto, redefinir os sentidos da representação, cuja análise, no campo da teoria democrática, foi dominada durante boa parte do século XX por teóricos schumpeterianos ou neoschumpeterianos (URBINATI; WARREN, 2008). Tal orientação intelectual tem como pressuposto fundamental interpretar o fórum à luz das categorias forjadas pelas ciências econômicas para examinar as interações no mercado (ELSTER, 1986). Grosso modo, a oposição fórum e mercado foi estruturada a partir da tensão entre os seguintes pares conceituais: argumentação pública vs. barganha, deliberação vs. agregação e, no limite, racionalidade comunicativa vs. instrumental. No texto a seguir, tenho por objetivo recuperar duas concepções articuladas pelos utilitaristas clássicos: os princípios da harmonia natural vs. identificação artificial dos interesses (HALÉVY, 1972), cujas definições podem contribuir na compreensão de temas subjacentes àquele das discussões contemporâneas. Indicarei como o primeiro princípio apresenta-nos uma representação do arquétipo do social como mercado (ROSANVALLON, 1999); o ideal duma sociedade automática onde interesses concorrentes e conflitantes são harmonizados exclusivamente a partir de barganhas particulares cuja natureza revelar-se-á incompatível com uma concepção forte de representação política.

Texto Completo: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/6965

Palavras-Chave: Princípios da identidade natural e artificial

Conjectura: filosofia e educação

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