NATUREZA E ARTIFÍCIO: LEIBNIZ E OS MODERNOS SOBRE A CONCEPÇÃO DOS CORPOS ORGÂNICOS COMO MÁQUINAS

Vol. 15, N. 1 (2018). Filosofia e Ciências nos séculos XVII e XVIII • DoisPontos

Autor: Celi Hirata

Resumo:

Na modernidade, a distinc?a?o entre natureza e artifi?cio desaparece, a ponto das ma?quinas feitas pelos homens se tornarem modelos privilegiados para a explicac?a?o dos corpos natu- rais, como se depreende a partir de textos de Bacon, Descartes, Hobbes, dentre outros. Essa nova relac?a?o entre natureza e artifi?cio e? correlata da mecanizac?a?o e da destituic?a?o de fins na natureza, na medida em que a adoc?a?o da meca?nica como modelo de explicac?a?o da natureza esta? atrelada a? rejeic?a?o da utilizac?a?o das causas finais na fi?sica e a? concepc?a?o de que os corpos sa?o desti- tui?dos de princi?pios imanentes de movimento ou de qualquer princi?pio incorpo?reo que os predispo- nha a um processo de mudanc?a teleologicamente estruturado e orientado. Leibniz tambe?m con- cebe a natureza como artifi?cio e os corpos orga?nicos como auto?matos, mas a sua concepc?a?o de cor- pos naturais como ma?quinas artificiais vai ainda mais longe, a ponto de caracterizar o natural como aquilo que traz em si o cara?ter de artificial mais do que o pro?prio artificial. Entretanto, diferente- mente de Bacon, Descartes e Hobbes, Leibniz utiliza a analogia de natureza como ma?quina e a aprofunda justamente para argumentar que a natureza e? teleologicamente estruturada, sendo que a diferenc?a entre as ma?quinas feitas pelos homens e as naturais ou divinas reside no fato de que enquanto aquelas possuem uma finalidade meramente extri?nseca, estas possuem uma finalidade imanente inscrita em cada uma das suas partes ao infinito. 

 

DOI: http://dx.doi.org/10.5380/dp.v15i1.57142

Texto Completo: https://revistas.ufpr.br/doispontos/article/view/57142/35688

Palavras-Chave: natureza,artifício,organismo,máquina,mecani

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