Diário de 07 de agosto de 1931 até o dia de minha morte

v.37 n.81 set/dez. 2023 • Educação e Filosofia

Autor: Gabriel Galbiatti Nunes

Resumo:

No final do ano de 1930, Benjamin muda-se para um pequeno apartamento em Wilmersdorf, em Berlim. Rodeado pelos seus cerca de dois mil livros e podendo, pela primeira vez, realizar plenamente a sua vocação de escritor, como crítico literário, ele vive o ponto alto de sua vida profissional. Contudo, em 1931, após Anton Kippenberg negar o pedido de Benjamin de publicação de um livro seu sobre o centenário de Goethe, o filósofo cai em profunda depressão. Ele escreve, então, o texto “Diário de 7 de agosto de 1931 até o dia de minha morte”, que começa com uma sentença já não muito encorajadora: “Não prometo que este diário será muito longo. Hoje, recebi a resposta negativa de Kippenberg e, por isso, meu plano ganha a total atualidade que somente um impasse é capaz de oferecer”. Seu plano? O suicídio. Benjamin planejava reunir, neste escrito, uma síntese dos pontos centrais de seu pensamento, antes de tirar sua própria vida. O diário, de fato, não se estendeu longamente: ele segue apenas até o dia 16 de agosto, quando Benjamin desiste de dar continuidade ao texto e ao suicídio. Entretanto, seu anseio de sintetizar ao menos algumas de suas ideias mais originais consta nas poucas páginas, que ele se dedicou a produzir. No Diário, encontrar-se-ão iluminações ao conceito de história proposto pelo autor – em especial, pela atenção a partir de nova ótica que o filósofo, aqui, oferece ao conceito de origem (Ursprung) –, informações a respeito do debate entre Benjamin e Kraus, assim como uma discussão a respeito do papel do romance, no contexto da modernidade.

Data de registro: 01/08/2023

Data de aceite: 24/01/2024

Autoria original: Walter Benjamim *

* Nascido em 15 de julho de 1892, em Berlim, Walter Benedix Schönflies Benjamin foi um filósofo, crítico literário e tradutor alemão. Com um pensamento que amalgama de um modo original o materialismo histórico, a teologia judaico-cristã, o romantismo alemão, assim como um conjunto de outras fontes difusas, Benjamin fez importantes contribuições não só à crítica ao pensamento burguês em decadência durante o período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, mas também à concepção de história, à estética e à filosofia da linguagem.

Tradução: Gabriel Galbiatti Nunes **

** Mestre em Filosofia na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Doutorando em Filosofia na Universidade Federal de Uberlândia; bolsista da FAPEMIG. E-mail: gabriel.galbiatti.nunes@hotmail.com; LATTES: http://lattes.cnpq.br/0820496417282003; ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5763-7171

ISSN: 1982-596X

DOI: https://doi.org/10.14393/REVEDFIL.v37n81a2023-70300

Texto Completo: https://seer.ufu.br/index.php/EducacaoFilosofia/article/view/70300

Palavras-Chave: Tradução; Diário; Walter Benjamin

Educação e Filosofia

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