NOTAS FILOSÓFICAS SOBRE "TOMADA DE DECISÃO"

Vol. 05, N. 09 (2020) • Eleuthería - Revista do Curso de Filosofia da UFMS

Autor: João de Castro; Murilo Cardoso de Castro

Resumo:

Este ensaio procura reunir um conjunto de notas sobre a questão da "tomada de decisão", tendo como eixo uma reflexão sobre a interpretação do "ser" do homem que vigora na Modernidade. O que aqui se reuniu aponta para o fato de que, no interior desta interpretação hegemônica, apela-se para a figura de um “sujeito-agente”, racional e autônomo, capaz de se auto-legislar pois se imagina fonte racional de “princi?pios” capazes de orientar e ordenar sua conduta. Tendo Martin Heidegger como antolhos neste empreendimento, foi possível compreender que a partir da emergência definitiva do "sujeito", no Renascimento, todas as ações são agora suscetíveis de um elogio ou censura pois são fruto de um "eu", capaz de pensar e decidir ora através da "razão" ora como resposta às inclinações que somos submetidos enquanto animalitas. Perscrutando o conjunto de referências e notas que aqui foram levantadas, pudemos constatar a enorme pobreza na ordinária interpretação do “agir” como re-produção seja da exaltação do livre poder da vontade de fazer acontecer, seja da “fraqueza” com que cedemos ao apelo das paixões. Entendemos que esta representação do "ser" do homem, nos impede de pensar em sua verdadeira amplitude a noção de “decisão” no interior da experiência humana.

Abstract:

This essay seeks to gather a set of notes on the issue of "decision making", based on a reflection on the interpretation of the "being" of the man who is in force in Modernity. What has been gathered here points to the fact that, within this hegemonic interpretation, there is a appeal to the figure of a rational and autonomous "subject-agent", capable of self-legislating because it imagines a rational source of "principles" that enables to guide and order their conduct. With Martin Heidegger as blinders in this enterprise, it was possible to understand that from the definitive emergence of the "subject" in the Renaissance all actions are now susceptible to praise or reproach for the fact that they are the fruit of an "I" capable of thinking and deciding sometimes through "reason" or as a response to the inclinations we are all subjected as animalitas. Looking at the set of references and notes that have been raised here, we could see the enormous poverty in the ordinary interpretation of "acting" as a re-production of the exaltation of the free power of the will to make happen, or of the "weakness" with which we give in to the appeal of the passions. We understand that this representation of man's "being" prevents us from thinking in its true breadth the notion of "decision" within the human experience.

ISSN: 2527-1393

Texto Completo: https://periodicos.ufms.br/index.php/reveleu/article/view/10845

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