Arqueologia do saber e Teoria Crítica da Sociedade: os limetes da leitura Honneth de acerca de Foucault

V.19 N. 1 (2022): Inverno de 2022 - Publicação Contínua • Kalagatos - Philosophical Journal

Autor: Thiago Mota

Resumo:

Este texto analisa a hipótese, articulada por Axel Honneth, segundo a qual a arqueologia do saber de Michel Foucault poderia ser integrada a um projeto de refundação da teoria crítica da sociedade. O ponto de partida da discussão é o problema do déficit sociológico da teoria crítica clássica, isto é, sua incapacidade de pensar o “social” por si mesmo. A esse respeito, Honneth sustenta que, por exemplo, em Foucault, encontra-se uma redescoberta do social, que fornece elementos-chave para uma nova fundamentação da teoria crítica. Entre esses elementos estariam a etnologia de nós mesmos e a arqueologia do discurso, que são desenvolvidas por Foucault, nos anos 1960. No entanto, Honneth concebe inadequadamente a relação entre ordem do discurso e ordem do poder, que é muito importante para a arqueologia do saber. Além disso, ele menospreza o anti-fundacionismo que é característico da arqueologia e que impossibilita que ela sirva de fundação, seja para a teoria crítica da sociedade, seja para qualquer tipo de teoria.

Abstract:

This text analyzes the hypothesis, articulated by Axel Honneth, according to which Michel Foucault’s archeology of knowledge could be integrated into a project of refoundation of the critical theory of society. The starting point of the discussion is the problem of the sociological deficit of the classical critical theory, that is, its inability to think about the “social” for itself. In this regard, Honneth argues that, for example, in Foucault, there is a rediscovery of the social, which provides key-elements for a new foundation of critical theory. Among these elements would be the ethnology of ourselves and the archeology of discourse, which are developed by Foucault in the 1960s. However, Honneth inadequately conceives the relation between order of discourse and order of power, which is very important for the archeology of to know. Furthermore, he belittles the anti-foundationalism that is characteristic of archaeology and that makes it impossible for it to serve as a foundation, either for the critical theory of society, or for any kind of theory.

ISSN: e-ISSN: 1984-9206

Texto Completo: https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/6455/6757

Palavras-Chave: Discurso, filosofia política, fundamentação, poder, teoria crítica.

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