Autor: Geraldo Freire de Lima

Resumo:

Lançado oficialmente em primeiro de dezembro de 2021, o livro Religião, História e Memória na Modernidade, organizado pelos professores da Universidade Federal de Sergipe, Arthur Grupillo, Edmilson Menezes e Everaldo de Oliveira, e que contou com a colaboração textual de alguns autores (os quais citarei nominalmente ao longo do texto), é o resultado mais recente dos estudos empreendidos pelo Núcleo de estudos e pesquisas em filosofia da história e modernidade (NEPHEN), grupo existente desde 1998, vinculado ao PPGF/UFS, que tem pesquisado clássicos da filosofia nos séculos XVII e XVIII e suas extensões e influências propiciadas ao pensamento filosófico contemporâneo.

O livro volta-se para um conjunto de conceitos que gravitam em torno dos temas que o próprio título indica: a religião, a história e a memória, integradas a dois elementos comuns, a modernidade e a filosofia. Na obra, a modernidade é apresentada como delimitação temporal, mas também, e acima de tudo, como problema filosófico. O conceito de modernidade não é tratado somente sob um prisma histórico, é analisado e tematizado como uma questão que a filosofia impôs a si mesma: a necessidade de o pensamento questionar e analisar criticamente o momento presente. Ao construir uma análise da história a partir dos problemas de sua época, a filosofia trabalhou na direção de uma significação conceitual num terreno até então inédito, o terreno laico, ou seja, uma significação da história que possuía o sujeito como referência do agente histórico, não mais Deus. A modernidade nunca deixou de abordar os temas da história teológica, pois era o seu ponto de partida crítico, mas a partir de então o fez sob uma consciência e um arcabouço conceitual próprios: a consciência manifesta-se também como consciência histórica. Sem dúvidas, a conquista espiritual do mundo histórico é uma das marcas da modernidade filosófica. [...]

ISSN: 1984-9206

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