O problema do suicídio em Montaigne
Kriterion, v. 53, n. 126 (2012) • Kriterion: Revista de Filosofia
Autor: Lúcio Vaz
Resumo:
Nos Ensaios de Montaigne, encontramos um dos mais célebres textos filosóficos sobre a morte voluntária, o capítulo 3 do livro II. Muitos comentadores qualificam o posicionamento de Montaigne como sendo o mesmo de Sêneca e de alguns autores antigos, qual seja, uma defesa da moralidade do ato de se matar. Outros estudiosos detectam no ensaio uma oscilação inconclusa do autor francês sobre o tema. Procuro, em contrapartida, apresentar argumentos que evidenciam que a opinião final de Montaigne é irrestritamente contrária ao suicídio. Para tanto, é feito um mapeamento das várias ocorrências do problema do suicídio no livro que vão além do citado capítulo. Além disso, é ressaltada a distinção entre as camadas de escrita do texto em suas várias edições, contrapondo as inovações de Montaigne aos modelos argumentativos de suas influências clássicas.
Abstract:
In Montaigne’s Essays, we find one of the most famous philosophical texts on voluntary death, the third chapter of Book II. Many commentators assess Montaigne’s position as similar to Seneca’s and to some other ancient authors’, that is, a defense of the morality of killing oneself. Other scholars detect an unsolved oscillation of the French author on the subject. However, I try to present arguments showing that Montaigne’s final opinion is against suicide. Therefore, it is undertaken a mapping of the multiple occurrences of the issue in the book, which go beyond the said chapter. Moreover, the distinction between the writing layers of the Essais in its various editions is stressed, putting in contrast the novelty of Montaigne’s argumentative models to his classical influences.
Texto Completo: http://www.scielo.br/pdf/kr/v53n126/10.pdf
Palavras-Chave: liberdade, pertença,suicídio,Montaigne,freedo
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