Hobbes e a filosofia do poder: os ‘princípios’ antipolíticos do Leviatã na leitura de Hannah Arendt
Kriterion, v. 58, n. 136 (2017) • Kriterion: Revista de Filosofia
Autor: Rodrigo Ponce Santos
Resumo:
O foco de nossa investigação é a relação estabelecida por Hannah Arendt entre o imperialismo e a filosofia política de Thomas Hobbes. Trata-se de investigar como o tema se configura em “Origens do Totalitarismo” e de que modo ele contribui para sua tentativa de iluminar o tempo presente. Nosso primeiro passo será refazer o argumento segundo o qual o imperialismo surge no conflito entre a estabilidade das instituições nacionais e seu desejo de expansão, o que também se configura como um conflito entre a tradição política e a nova ordem econômica. Em seguida, comparando as leituras de Arendt e C. B. Macpherson, exploraremos a controversa analogia que nossa autora estabelece entre o imperialismo e o pensamento hobbesiano. Como resultado, não se encontra no contratualismo hobbesiano um argumento para a constituição de comunidades políticas, mas um modelo de relações humanas que ameaçaria a própria existência de tais comunidades. Concluiremos aventando a hipótese de que a leitura arendtiana do imperialismo indica um caminho para pensarmos a política a partir da noção de impropriedade.
Abstract:
The main theme of our research is the link proposed by Hannah Arendt between imperialism and Hobbes’s political philosophy. It is to be inquired how this relation appears in “Origins of Totalitarianism” and how it contributes to her attempt to shed a light on the dilemmas of present time. First, we will resume the argument according to which imperialism arises out of the conflict between the stability of national institutions and its desire for expansion, which also shows itself as a conflict between the political tradition and a new economical order. Then in comparison with Macpherson’s reading of Hobbes we must explore the polemical analogy held by Arendt between imperialism and the Hobbesian thought. As a result, Arendt did not recognize in his theory of social contract an argument for the constitution of political communities but a model for human relationships by which the very existence of these communities would be jeopardized. Finally, it will be suggested that Arendt’s analysis of imperialism indicates a way to think politics through the notion of impropriety.
Texto Completo: http://www.scielo.br/pdf/kr/v58n136/0100-512X-kr-58-136-0203.pdf
Palavras-Chave: Imperialismo,Poder,Expansão,Impropriedade,Imp
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