COGITO, SENTIMENTO E AFETIVIDADE EM MALEBRANCHE

Kriterion, v. 59, n. 140 (2018) • Kriterion: Revista de Filosofia

Autor: Sacha Zilber Kontic

Resumo:

O artigo analisa o modo como Malebranche apresenta o conhecimento que possuímos de nossa própria alma a partir da noção de sentimento interior. Para tanto, tomamos como ponto de partida a concepção malebrancheana do argumento do cogito, opondo-a à de Descartes, tomando-o como uma constatação imediata da existência de algo que sente, sem, no entanto, poder afirmar algo sobre sua essência. O conhecimento da alma torna-se assim algo puramente afetivo, sem nenhum conteúdo positivo, e por natureza distinto do conhecimento propriamente dito. Buscamos desse modo mostrar como, na filosofia de Malebranche, cria-se um campo propriamente humano do sentimento cujo conteúdo é irredutível a qualquer ciência clara e distinta, ao mesmo tempo que é constatado pela experiência vivida.

Abstract:

The article aims to analyze the way by which Malebranche presents the knowledge that we possess of our own soul through the notion of inner sentiment. Therefore, we take as our starting point the Malebranchean notion of the cogito argument, contrasting it with that of Descartes, taking it to be the immediate ascertainment of the existence of something that feels without, however, being able to assert anything about its essence. The knowledge of the soul becomes therefore something purely affective, deprived of a positive content, and by its nature distinguished from knowledge properly understood. We aim thus to show how, in Malebranche’s philosophy, a properly human domain of the feeling, irreducible to a clear and distinct science, but ascertained by experience, is created.

Texto Completo: http://www.scielo.br/pdf/kr/v59n140/0100-512X-kr-59-140-0613.pdf

Palavras-Chave: Nicolas Malebranche,sentimento interior,consc

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