2ª. CONFERÊNCIA: PARRHESIA NAS TRAGÉDIAS DE EURÍPIDES

PROMETEUS ANO 6 VOLUME 6 NÚMERO 14 Edição Especial: Seis conferências de Michel Foucault sobre a parrhesia • Prometeus: journal of philosophy

Autor: Michel Foucault

Resumo:

Hoje eu gostaria de começar analisando as primeiras ocorrências da palavra parrhesia na literatura grega, como a palavra aparece nas seguintes seis tragédias de Eurípides:
(1) Fenícias; (2) Hipólito; (3) As Bacantes; (4) Electra; (5) Íon; (6) Orestes.

Nas primeiras quatro peças, a parrhesia não constitui um tópico importante ou tema; mas a própria palavra geralmente ocorre num contexto preciso que nos ajuda no entendimento de seu significado. Nas últimas duas peças – Íon e Orestes – a parrhesia assume um papel muito importante. De fato, eu penso que Íon é inteiramente consagrado ao problema da parrhesia, uma vez que investiga a questão: Quem tem o direito, o dever e a coragem de falar a verdade? Esse problema parrhesiástico em Íon é levantado na estrutura das relações entre os deuses e os seres humanos. Em Orestes – que foi escrito dez anos mais tarde e, por essa razão, é uma das últimas peças de Eurípides – o papel da
parrhesia não é nem de longe tão significativo. E ainda assim a peça contém uma cena parrhesiástica que garante a atenção na medida em que é diretamente relacionada a questões políticas que os atenienses estavam então levantando. Aqui, nessa cena parrhesiástica, há uma transição concernente à questão da parrhesia tal como ela ocorre
no contexto das instituições humanas. Especificamente, a parrhesia é vista como uma questão tanto política quanto filosófica.

Texto Completo: https://jornaisdesergipe.ufs.br/index.php/prometeus/article/view/1551

Prometeus: journal of philosophy

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