DA FILOSOFIA CRÍTICA A CRÍTICA DA FILOSOFIA UNIVERSITÁRIA: PROVOCAÇÕES A PARTIR DA EDUCAÇÃO FILOSÓFICA

REFilo - Revista Digital de Ensino de Filosofia, V. 4, N. 1 (2018) • Refilo - Revista Digital de Ensino de Filosofia

Autor: Tiago Brentam Perencini

Resumo:

O propósito geral deste artigo, pensado também à maneira de um exercício espiritual, é re-pensar o paradigma de crítica no interior do bloco saber-poder que envolve o campo discursivo sobre a formação do professor em filosofia no Brasil. Enuncio e persigo o seguinte problema: De que crítica se fala quando se fala da formação crítica nos discursos acadêmicos em filosofia e que potencialidades nos são dadas para praticar uma maneira outra de exercitá-la nesse projeto de formação? Lanço a hipótese de que o pressuposto da crítica tem sido concebido a partir de um horizonte estritamente epistemológico direcionado tanto para a adequação à normativa estabelecida, quanto para uma concepção restrita de cidadania. Argumento a partir de dois eixos diretivos: (1) Analiso arqueologicamente os enunciados de “crítica” dentro do Projeto Pedagógico do curso de Filosofia da Universidade de São Paulo, tendo em vista a ordem discursiva que essa instituição aventa para os demais centros universitários no país e (2) procuro movimentar outras acepções possíveis de crítica na junção ao pensamento de Michel Foucault. Essa disposição exige colocarmos à prova os conceitos, os procedimentos de pesquisa e as atitudes pelas quais trilhamos até o presente um tipo de crítica enunciada como julgamento e emancipação da consciência do outro no interior da Universidade. A partir da presente trilha percorrida, tenho compreendido a educação filosófica como potencialidade existencial, ética e estética que visa uma maior experimentação e transformação de si dentro do campo de formação do professor em filosofia no Brasil.

Abstract:

The general purpose of this article, also thought of as a spiritual exercise, is to rethink the paradigm of criticism within the knowledge-power block that surrounds the discursive field about philosophy teachers education in Brazil. I enunciate and pursue the following problem: What criticism are we talking about when we refer to critical education in academic discourses in philosophy? And which potentialities of practicing another way of exercising it in this education project are we given? I propose the hypothesis that the assumption of criticism has been conceived from a strictly epistemological horizon directed both to the adequacy to established norms, and to a strict conception of citizenship. I argue from two directive axes: (1) I perform an archeological analysis of the statements of "criticism" within the pedagogical project of the University of São Paulo’s undergraduate program in Philosophy, considering the discursive order that this institution offers to other university centers in the country, and (2) I seek to move other possible meanings of criticism within Michel Foucault's thought. This arrangement demands that we test the concepts, the research procedures, and the attitudes through which we have hitherto pursued a kind of criticism enunciated as judgment and emancipation of the other’s consciousness within the University. From this path taken, I have understood philosophical education as an existential, ethical and aesthetic potential that aims at greater experimentation and transformation of oneself within the field of philosophy teachers education in Brazil.

ISSN: 2448-0657

DOI: https://doi.org/10.5902/2448065730477

Texto Completo: https://periodicos.ufsm.br/refilo/article/view/30477

Palavras-Chave: Ensino de filosofia; Professor de filosofia; Didática do ensino de filosofia; Metodologia do ensino de filosofia

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