Sobre o exercício do ofício de professor de filosofia: algumas problematizações conceituais e atitudinais

REFilo - Revista Digital de Ensino de Filosofia, V. 6. Publicação contínua (2020) • Refilo - Revista Digital de Ensino de Filosofia

Autor: Gilberto Oliari, Anderson Luiz Tedesco

Resumo:

Este artigo tem como objetivo refletir a respeito do ofício do professor de filosofia na cultura. Para tanto, identificou-se no pensamento de Nietzsche uma perspectiva inicial de uma antieducação, na medida em que entendia que o ofício do filósofo era de contrapor-se ao modelo educativo tradicional. Tendo como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica, recorreu-se à seleção de textos e obras que abordaram a temática da educação nas três fases do pensamento de Nietzsche. Na primeira fase, considerou-se os textos: “Sobre o futuro dos nossos estabelecimentos de ensino” (1872) e a “Terceira Consideração extemporânea: Schopenhauer como educador” (1874). A fim de problematizar o ensino de filosofia como exercício de um ofício, buscamos apontar cinco considerações relativas ao ensino deste nos processos educativos. Para isso, percorremos um caminho teórico para considerar a importância do amateurismo do professor (MASSCHELEIN, SIMONS, 2017); a importância do filosofar e do reconhecimento de que a filosofia é multifacetada (SAVATER, 2001; CERLETTI, 2009); problematizamos também um caminho metodológico (GALLO, 2007), que auxilia pensar a docência como o exercício de um ofício. Conclui-se que o ensino da filosofia é um oficio reflexivo, de proposição de outros (novos) pensamentos em nossos processos educativos que não só formam, mas também (trans)formam consciências e seus modos de viver e de agir.

Abstract:

This article aims to reflect on the professor’s craft of philosophy in culture. Therefore, nietzsche’s thought was identified with an initial perspective of an anti-education, as he understood that the philosopher’s office was to oppose the traditional educational model. Having as a methodological procedure the bibliographic research, we used the selection of texts and works that addressed the theme of education in the three phases of Nietzsche’s thought. In the first phase, the texts were considered: “On the future of our educational establishments” (1872) and the “Third Extemporaneous Consideration: Schopenhauer as educator” (1874). In order to problematize the teaching of philosophy as an exercise of a trade, we seek to point out five considerations related to its teaching in educational processes. For this, we have come a theoretical path to consider the importance of teacher amateurism (MASSCHELEIN, SIMONS, 2017); the importance of philosophar and the recognition that philosophy is multifaceted (SAVATER, 2001; CERLETTI, 2009); we also problematize a methodological path (GALLO, 2007) that helps to think of teaching as the exercise of a craft. It is concluded that the teaching of philosophy is a reflective officium, of proposition of other (new) thoughts in our educational processes that not only form, but also (trans)form consciences and their ways of living and acting.

ISSN: 2448-0657

DOI: https://doi.org/10.5902/2448065741010

Texto Completo: https://periodicos.ufsm.br/refilo/article/view/41010

Palavras-Chave: Educação; Ofício; Formação; Ensino de Filosofia.

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