O 'não lugar' epistemológico da Filosofia Africana nos livros didáticos de filosofia para o ensino médio aprovados pelo Programa Nacional do Livro e Material Didático - PNLD 2012
REFilo - Revista Digital de Ensino de Filosofia, V. 7. Publicação contínua (2021) • Refilo - Revista Digital de Ensino de Filosofia
Autor: Josadaque Martins Silva
Resumo:
O artigo pretende analisar a questão do ‘não lugar’ epistemológico da Filosofia Africana nos livros didáticos de filosofia aprovados pelo Programa Nacional do Livro e Material Didático – PNLD de 2012. Parte-se do pressuposto de que o cerne deste problema é o racismo epistêmico/eurocêntrico, engendrado no período da modernidade e que corrobora o estatuto do nascimento da filosofia na Grécia antiga. O objetivo é apresentar certo viés do pensamento filosófico moderno e contemporâneo, notadamente Kant e Hegel, que caracterizam os africanos como primitivos, não reconhecendo neles a capacidade estética e filosófica; descrever, sucintamente, o processo histórico/legal que estabelece a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira no currículo oficial da rede de ensino e a filosofia como disciplina obrigatória nos currículos do ensino médio no Brasil e explicitar a relação entre o conteúdo de Filosofia Africana e o livro didático, tendo como cerne o Guia do PNLD de 2012. Para tanto, a metodologia aplicada pauta-se, fundamentalmente, na pesquisa bibliográfica, tendo como aporte teórico os seguintes pensadores: o filósofo congolês Théophile Obenga, o filósofo sul-africano Mogobe B. Ramose, o filósofo afro-estadunidense Molefi Kete Asante, o filósofo britânico-ganês Kwame Anthony Appiah e os filósofos brasileiros Renato Noguera e Wanderson Flor.
Abstract:
This paper aims to analyze the question about the epistemological “non-place” of African Philosophy in philosophy textbooks approved by the National Program for Teaching Material and Textbooks – PNLD 2012. It is based on the assumption that the problem is the epistemic/eurocentric racism, created in the period of modernity and which corroborates the birth status of philosophy in Ancient Greece. The objective is to present a certain bias of modern and contemporary philosophical thought, notably Kant and Hegel, which characterize Africans as primitive, not recognizing in them the aesthetic and philosophical capacity; describe, briefly, the historical/legal process that established the mandatory teaching of “Afro-Brazilian History and Culture”, in the official curriculum of the education network and in philosophy as a mandatory subject in high school curricula in Brazil; explicitly a relationship between the content of African Philosophy and the textbook, using the PNLD of 2012 as a reference. To that end, an applied methodology is fundamentally based on bibliographic research, having as reference the following thinkers: the Congolese philosopher Théophile Obenga, the southern philosopher African Mogobe B. Ramose, African-American philosopher Molefi Kete Asante, British-Ghanaian philosopher Kwame Anthony Appiah and Brazilian philosophers Renato Noguera and Wanderson Flor.
ISSN: 2448-0657
DOI: https://doi.org/10.5902/2448065761350
Texto Completo: https://periodicos.ufsm.br/refilo/article/view/61350
Palavras-Chave: Filosofia Africana, Racismo Epistêmico, Livro Didático, PNLD 2012.
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