OS PARADOXOS ENTRE A DEMOCRACIA E O DIZER-VERDADEIRO
V. 23, N. 32 (2011) • Revista de Filosofia Aurora
Autor: Márcio Alves da Fonseca
Resumo:
Ao retomar parte do estudo realizado por Michel Foucault sobre a noção de parrhesia (dizer-verdadeiro) no curso Le gouvernement de soi et des autres, o artigo pretende explicitar alguns aspectos da abordagem do filósofo acerca da parrhesia em suas relações com a democracia antiga. Se nas primeiras aulas desse curso do Collège de France o estudo sobre a parrhesia é conduzido pela interpretação da tragédia Íon, na qual se identifica o momento da fundação mítica da parrhesia democrática, a análise dos discursos proferidos por Péricles aos cidadãos atenienses – relatados por Tucídides em sua Guerra do Peloponeso –, em um momento crucial da guerra da cidade contra os lacedemônios, permitirá a Foucault discorrer sobre aquilo que considera ser o núcleo paradoxal das implicações entre o dizer-verdadeiro e a democracia antiga. Apoiando-se em tais análises de Foucault, o artigo sugere a necessidade de um pensamento atual acerca da democracia que considere – para além dos problemas tradicionais da representatividade, da liberdade, da autonomia dos indivíduos e do exercício do poder político – o vínculo necessário e, por vezes, ambíguo, entre a democracia e o discurso verdadeiro.
DOI: http://dx.doi.org/10.7213/rfa.v23i32.1720
Texto Completo: https://periodicos.pucpr.br/index.php/aurora/article/view/1720
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