A ?mistura de mel e cicuta?: o uso das noções de ???????? e ????? na defesa dos santos hesicastas por Gregório Palamas

Revista Ideação - V.1 N.40 (2019) • Revista Ideação

Autor: Patrícia Calvário

Resumo:

Gregório Palamas (1296-1359) é forçado a explicar a experiência espiritual da luz divina vivenciada pelos monges do Monte Atos. Causava perplexidade o facto de afirmarem a visão, com os olhos corporais, de uma luz que, apesar de perceptível, não é física, mas sim divina e incriada. Numa tentativa explicativa desta experiência identificam esta luz com a luz irradiada por Cristo na Transfiguração. Mas, esta justificação não foi considerada satisfatória pelos monges mais instruídos na filosofia antiga. Estes, tendo como representante o monge Barlaão, acusam Palamas e os hesicastas de messalinianismo. Por isso, Palamas teve de elaborar uma argumentação para justificar a veracidade desta experiência e mostrar como ela estava enraizada na tradição patrística. Se se afirma que os monges hesicastas não experimentam, na visão da luz, a glória divina e incriada, ter-se-á de, ao mesmo tempo, negar a deificação. Pois a visão da luz incriada pressupõe a deificação [também corporal] daquele que a experimenta. Para compor a sua defesa da experiência dos hesicastas, Palamas tem de recorrer ao que considera ser o “veneno de serpente” e “mistura de mel e cicuta” – a filosofia antiga especialmente de Platão e Aristóteles. Pretendo, nesta exposição, mostrar que Palamas procura provar que a luz que os hesicastas contemplam é divina e incriada, recorrendo aos conceitos aristotélicos de εν?ργεια e ο?σ?α e aplicando-os a Deus.

ISSN: 2359-6384

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