TRANSLATION: A FAMILY OF ?MOVES? IN DISTINCT LANGUAGE-GAMES
Edição Jan-Jun - v.1 n.47 (2023) • Revista Ideação
Autor: PAULO SAMPAIO XAVIER DE OLIVEIRA
Resumo:
O interesse na obra de Wittgenstein nos estudos da tradução cresceu significativamente nos últimos anos, com contribuições de eminentes pesquisadores (como TYMOCZKO, 2014 [2007]) e até mesmo uma abordagem explicitamente wittgensteiniana (WILSON, 2016). A abordagem “pós-positivista” de Tymoczko alinha-se com as ciências cognitivas e recorre às ‘semelhanças de família’ de Wittgenstein — compreendidas como ‘cluster concepts’. Tal visada faz eco a um uso pioneiro desse aporte wittgensteiniano nos estudos da tradução (TOURY, 1980), mas a discussão ainda demanda maior aprofundamento. Retomando e aprofundando a discussão de alguns tópicos, sustento também aqui que ‘concepção de linguagem’ é logicamente anterior a qualquer ‘teoria da tradução’ que possamos formular, sendo a primeira, portanto, uma condição de possibilidade para a segunda. Minha abordagem dialoga com a Epistemologia do uso de Arley Moreno, alinhando-se com o entendimento de que a ‘gramática’ dos conceitos tem uma ‘função transcendental’, ainda que a ‘descrição do uso’ só possa ser feita após o ato, ou a parte post, no sentido do epistemólogo francês G.-G. Granger. Sob essa perspectiva, a afinidade de Toury com Wittgenstein é maior do que prima facie, o que pode facilitar o diálogo dos estudos da tradução com a filosofia.
Abstract:
The interest on the work of Wittgenstein in Translation Studies (TS) has grown significatively in recent years, with contributions by eminent scholars (e.g., TYMOCZKO, 2014 [2007]) and even an explicitly Wittgensteinian approach (WILSON, 2016). Tymoczko assumes a “post-positivist” stance akin to cognitive sciences, recurring to Wittgenstein’s ‘family resemblances’ — understood as ‘cluster concepts’. 2 This echoes a pioneering use of Wittgensteinian concepts in TS (TOURY, 1980), yet the discussion still needs to be deepened. Resuming and deepening the discussion of some topics, I sustain also here that ‘conception of language’ comes logically before any ‘theory of translation’ one can set up, the former being thus a ‘condition of possibility’ for the latter. My approach is indebted to Arley Moreno’s Epistemology of Usage, in the understanding that the ‘grammar’ of concepts has a ‘transcendental function’, even though the ‘description of use/usage’ can only happen after the deed, or a parte post, in the sense of French epistemologist G.-G. Granger. Under this perspective, Toury’s proximity to Wittgenstein is much greater than prima facie, what might be helpful in the dialogue from TS with philosophy.
Texto Completo: https://periodicos.uefs.br/index.php/revistaideacao/article/view/8786/8276
Palavras-Chave: Ludwig Wittgenstein; concepção de linguagem; condição de possibilidade; semelhanças de família; teoria da tradução. Ludwig Wittgenstein; Conception of language; Condition of possibility; Family r
Revista Ideação
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