Autor: Léo Pimentel Souto

Resumo:

Aqui proponho um filosofar desde a visualidade e os textos pós-pornô de fanzines queers, como Guerrilha sexual, Nem macho, nem facho, Fuego queer, Nosso corpo nos pertence, HurraH!, Ludditas sexuales, Bash back, Guerrilha afetiva, Ediciones piedr(a) papel o tijera e Pornographismos. Pensar desde que, por um lado, guarda traços de minha formação acadêmica em filosofia pela UnB, por outro, de minha vida no meio anarcopunk. Duas vias que poderiam ser articuladas como oposição dialética: academia e rua. No entanto, a relação entre elas não é dialética. É um pensar, um viver e um agir político que apontam análises mais complexas acerca do poder e da opressão que se distanciam da lógica binária da dominação: nem bem, nem mal, nem homo, nem hétero, nem homem, nem mulher, nem verdade, nem mentira. Recusa realizada, em ambas as vias acima apontadas, pelo percorrer caminhos queers, pós-pornôs, decoloniais e transversais: eis o que chamo de pun[k|s]ofia transviada. Um filosofar que tem a atitude punk, do “faça-você-mesma” e do “não há autoridade a não ser você mesma”, e a política experimental queer que se reapropria da pornografia como horizonte operativo. No presente artigo, trago os elementos composicionais para a realização e experimentação ensaísticas dessa pun[k|s]ofia transviada.

Abstract:

Here I propose to philosophize from the visual and post-pornographic texts of fanzines queers, like Sexual guerilla, Neither macho, nor facho, Fuego queer, Our body belongs to us, HurraH !, Sexual ludditas, Bash back, Affective guerrilla, Stone, paper or scissors editions and Pornographisms. Think-since, on the one hand, it holds traces of my academic training in philosophy by UnB, on the other, of my life in the anarchopunk environment. Two ways that could be articulated as dialectical opposition: academy and street. However, the relationship between them is not dialectical. It is a thinking, a living and a political action that point to more complex analyzes of power and oppression that distance themselves from the binary logic of domination: neither good, nor evil, nor homo, nor hetero, nor man, nor woman, nor truth, nor a lie. Rejection carried out, in both ways mentioned above, by walking paths, queers, post-pornots, decoloniais and cross: this is what I call transpired pun. A philosophy that has the punk attitude, do-it-yourself and "no authority but yourself" and queer experimental policy that reappropriates pornography as an operational horizon. In the present article I bring the compositional elements for the essayistic realization and experimentation of this transcended punk.

ISSN: 2177-4838

Texto Completo: https://drive.google.com/file/d/19o9crCBLW43nP3l4RfhXBMdzsKibVL3J/view

Palavras-Chave: Filosofia; Pós-pornô; Queer; Punk; Decolonial.