APROPRIAÇÃO, ARTICULAÇÃO E VOLIÇÕES DE SEGUNDA ORDEM: SOBRE UM SUJEITO DE VOLTA A SI MESMO

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 10 n. 22 (2018) • Revista Kínesis

Autor: Bárbara Buril

Resumo:

A partir das reflexões sobre o fenômeno da alienação desenvolvidas pela filósofa Rahel Jaeggi em Entfremdung, este artigo põe em paralelo outros conceitos possíveis para que a noção de apropriação desenvolvida pela teórica crítica possa ser ampliada. Na obra em questão, Jaeggi traz a apropriação com a intenção de “livrar” a Teoria Crítica de um assentamento normativo robusto e essencialista, perdido, para ela, em um “dever ser” vazio. A apropriação se mostra, então, como o único critério normativo de sua teoria da alienação. Não se trata de uma interpretação nova, no entanto. Charles Taylor e Harry Frankfurt desenvolvem ideias paralelas à de apropriação, como é possível identificar no conceito de articulação, presente na teoria da agência humana de Taylor, e nas noções de volições de primeira e segunda ordem, encontradas na teoria da pessoa de Frankfurt. Neste percurso comparativo, surge uma questão fundamental: a alienação seria uma patologia social e a apropriação, uma terapia, ou seria mais adequado pensar a alienação como um sofrimento mais corriqueiro do que gostaríamos, porque constitutivo do processo de ser si mesmo, sendo a apropriação, nesse caso, uma forma continuamente processual de lidar consigo mesmo?

Abstract:

From the reflections on the phenomenon of alienation developed by the philosopher Rahel Jaeggi in Entfremdung, this article puts in parallel other possible concepts so that the notion of appropriation developed by the critical theorist can be extended. In the work in question, Jaeggi brings the idea of appropriation with the intention of "ridding" the Critical Theory of a robust and essentialist normative settlement. The appropriation then appears as the sole normative criterion of her theory of alienation. This is not a new interpretation, however. Charles Taylor and Harry Frankfurt develop parallel ideas to that of appropriation, as it is possible to identify in the concept of articulation present in Taylor's human agency theory and in the notion of first and second order volitions found in Frankfurt’s theory of the person. In this comparative course, a fundamental question arises: Would alienation be a social pathology and appropriation, a therapy, or would it be more appropriate to think of alienation as a more ordinary suffering than we would like, because constitutive of the process of being ourselves, and appropriation, in this case, a continuously procedural form of dealing with oneself?

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2018.v10n22.04.p1

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/8055

Palavras-Chave: Alienação. Teoria Crítica. Apropriação. Articulação. Rahel Jaeggi. Charles Taylor. Harry Frankfurt.

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