SLOTERDIJK E A ANTROPOGÊNESE COMO ARQUITETURA ONTO-ANTROPOLÓGICA DA CASA DO SER
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 9 n. 21 (2017) • Revista Kínesis
Autor: Maurício Fernando Pitta
Resumo:
Buscamos, nesse artigo, apresentar em linhas gerais a maneira como o filósofo alemão Peter Sloterdijk desenvolve a narrativa da humanização ou antropogênese, em vista da lacuna que o pensamento ontológico e topológico de Martin Heidegger apresenta: partir do lugar do humano — clareira ou casa do ser — como já dado, deixando em mistério o mecanismo antropológico por via do qual o humano viria a ser humano — e o mundo humano, a ser mundo. Para Sloterdijk, a antropogênese é, de uma perspectiva especulativa, um processo que deve unir o ontológico (e, portanto, o ponto de vista do humano na clareira) e o antropológico (o ponto de vista do “pré-humano”, animal que, envolvendo-se em processos de retroalimentação paulatinos e circulares, chegou a algum dia a habitar a clareira). Esse processo antropogenético é concebido pelo filósofo como uma história da domesticação (de domus, casa) ou uma arquitetura onto-antropológica da casa do ser heideggeriana, e responderia pela lacuna deixada por Heidegger, bem como pela adequação de seu pensamento a uma era “pós-humanista”.
Abstract:
In this article, one searches to present how in general the German philosopher Peter Sloterdijk develops the narrative of humanization or of anthropogenesis, regarding a gap left by the ontological and topological thinking of Martin Heidegger: to start from the place of the human — clearing or house of Being — as something already given, leaving the anthropological mechanism by means of which the human being became human — and the human world, a world — in mystery. To Sloterdijk, by a speculative perspective, anthropogenesis is a process that should unite the ontological (and thus the point of view of the human in the clearing) and the anthropological (the point of view of the ‘pre-human’, animal that, while in gradual and circular feedback process, became someday to inhabit the clearing). This anthropogenical process is designed by the philosopher as history of domestication (from domus, house) or a onto-anthropological architecture of the Heideggerian house of Being, and would respond for the gap left by Heidegger, as well as for an adequacy of his thinking to a ‘post-humanist’ age.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2017.v9n21.11.p131
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/7755
Palavras-Chave: Antropologia. Clareira. Humanismo. Humanização. Martin Heidegger. Peter Sloterdijk.
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