A QUERELA DOS UNIVERSAIS POLÍTICOS: FOUCAULT, MARX, HEGEL

Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 8 n. 16 (2016) • Revista Kínesis

Autor: Claudio Vinícius Felix MEDEIROS

Resumo:

O artigo se propõe a reencenar a tradicional “querela dos universais” da metafísica cristã medieval na esfera do pensamento político moderno. Preliminarmente, com o objetivo de ambientar a polêmica dos universais amparada em seu mais caro referencial temático, o princípio de individuação, analisamos o opúsculo O ente e a essência de São Tomás. Em seguida, reconstituímos os termos de uma batalha pelo estatuto de um universal político específico, o “Estado”, e para tal apoiamo-nos em Foucault, Marx e Hegel na tentativa de mapear três formas filosóficas de pensar política e história. Com Hegel, dá-se a reconstrução das linhagens históricas que realizam a unidade e a universalidade soberna de um Estado ideal. Deparamo-nos, em Marx, com um Estado que já não é um universal concreto, mas uma sorte de universal ideológico, um tipo de realidade cuja existência implica a predominância de certas ideias dominantes. Para Foucault, fazer a história de coisas como o Estado significa declarar previamente a inexistência do universal, e buscar nos dispositivos de saber-poder núcleos de invenção de regimes de verdade.

Abstract:

The article intends to re-enact the traditional “quarrel of the universals” of medieval Christian metaphysics in the scope of modern political thought. Preliminarily, in order to situate the controversy over the universals supported by its dearest thematic reference, the principle of individuation, we analyze the short treatise On Being and Essence by St. Thomas. The, we proceed to reconstitute the terms of a battle for the status of a specific political universal, the “State”, and for this purpose we based ourselves in Foucault, Marx and Hegel. In Hegel, there is a reconstruction of the historical lineages conducting to the unit and the sovereign universality of an Ideal State. In Marx, we face a State that is no longer a concrete universal but an ideological universal, a kind of reality whose existence implies the predominance of certain dominant ideas. According to Foucault, to write the history of something like the State means previously to declare that the universal doesn’t exist, and to seek in the dispositives of knowledge-power the invention of regimes of truth.

ISSN: 1984-8900

DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2016.v8.n16.04.p29

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/6414

Palavras-Chave: Filosofia Política. Foucault. Marx. Hegel. Filosofia Medieval.

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