VIDA E VIVENTE NA FILOSOFIA FRANCESA CONTEMPORÂNEA
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 4 n. 07 (2012) • Revista Kínesis
Autor: Silvana de Souza Ramos
Resumo:
O presente artigo investiga o impacto da recepção da obra de K. Goldstein – Der Aufbau des Organismus – sobre o pensamento francês do final dos anos 1930 e início dos anos 1940. Especificamente, trata-se de explorar três diferentes paradigmas segundo os quais a noção de vida pôde ser pensada. De um lado, a teoria bergsoniana do elã vital – apresentada em L’évolution créatrice –, a qual fornece uma compreensão precisa da evolução geral da vida, entendida sob as prerrogativas da intuição, tal como o filósofo a compreende. De outro lado, a partir da recepção do pensamento de K. Godstein, a noção de elã vital é criticada, de forma que o pensamento francês produz duas novas abordagens da vida, as quais buscam enfatizar o vivente e sua singularidade (e não a generalidade do impulso vital): a filosofia da normatividade vital – defendida por G. Canguilhem em Le normal et le pathologique – e a fenomenologia da vida, tal como aparece nas diferentes fases da obra de M. Merleau Ponty. Nosso trabalho pretende explicitar as dificuldades enfrentadas pela filosofia francesa contemporânea – especialmente pela fenomenologia – para dar conta da criatividade e da interioridade expressa pela estrutura vivente, uma vez que ela abre novos horizontes para a abordagem da gênese da racionalidade.
Abstract:
The aim of the present paper is to investigate the impact of the work of K. Goldstein –Der Aufbau des Organismus–on the French thought of the late 1930s and early 1940s. In particular, we would like to explore three different paradigms according to which the notion of life might be thought. On the one hand, the idea Bergsonian of the elan vital –theorized in L'évolution créatrice–which provides an accurate understanding of the general evolution of life, understood by the prerogatives of the duration, according to the way the philosopher understands it. On the other hand, the reception of the thought of K. Godstein, the concept of elan vital is criticized, such that the French thought produces two new approaches to life, which seek to emphasize the living organism and its singularity (and not the generality of the vital impulse): the philosophy of the normativity of life -presented by G. Canguilhem in Le normal et le pathologique-and the phenomenology of life, as it appears in the different phases of the philosophy of M. Merleau-Ponty. Our work aims to clarify the difficulties faced by the contemporary French philosophy -especially by the phenomenology -to explain the creativity and the interiority expressed by the living organism, since it opens a new horizon for thinking about the genesis of the rationality.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2012.v4n07.4447
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/4447
Palavras-Chave: Filosofia francesa, Vida, Vivente, Normatividade.
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