FOUCAULT E TAYLOR: O SELF ENTRE A ÉTICA-ESTÉTICA E A ÉTICA DA AUTENTICIDADE
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia - v. 13 n. 34 (2021) • Revista Kínesis
Autor: João Pedro Andrade de Campos
Resumo:
O argumento central de Charles Taylor em A Ética da autenticidade é de que vivemos em uma era de autenticidade. A reflexão de Taylor se divide em mostrar como chegamos nesse contexto de autenticidade e como ele é, de certo modo, prejudicial para a vida em comunidade se entendido como algo meramente individual, sem relação com outras pessoas e se, também, recaído em um relativismo suave sob a forma de que todas as coisas e modos de vida possuem o mesmo e igual valor. Eu gostaria de fornecer um panorama da reflexão de Taylor, porém, me atendo à questão do individualismo e suas ramificações no interior de sua obra que desembocam, como espero mostrar, na crítica de Taylor ao modo como Foucault enxergou a necessidade de revisitar a Estética da existência como um modus ético-estético importante para nossa época à semelhança das experiências na Antiguidade. A crítica de Taylor caminha, grosso modo, na argumentação de que éticas como a da estética da existência reafirmam o lado individualista da autenticidade – o que Taylor rejeita ao propor uma nova perspectiva sobre o que é ser autêntico. Minha intenção será a de mostrar que, na relação Foucault-Taylor, para além de uma querela sobre os conceitos que mencionamos acima, existe uma possível aproximação entre seus pensamentos sobre o campo da Ética. Neste sentido, busco mostrar que, na tessitura do que chamo de Ética-Estética em Foucault e na Ética da Autenticidade em Taylor, há uma conexão inquietante acerca do modo pelo qual o self é formado.
Abstract:
Charles Taylor's central argument in The Ethics of Authenticity is that we live in an age of authenticity. Taylor's reflection is divided into showing how we arrived in this context of authenticity and how it is, in a way, harmful to life in community if understood as something purely individual, unrelated to other people and if, too, relapsed into relativism soft in the form that all things and ways of life have the same and equal value. I would like to provide an overview of Taylor's reflection, however, I address the issue of individualism and its ramifications within his work that lead, as I hope to show, in Taylor's critique of the way in which Foucault saw the need to revisit Aesthetics of existence as an important ethical-aesthetic modus for our time, similar to the experiences of Antiquity. Taylor's criticism goes, roughly, in the argument that ethics like the aesthetics of existence reaffirm the individualistic side of authenticity - which Taylor rejects when proposing a new perspective on what it is to be authentic. My intention will be to show that, in the Foucault-Taylor relationship, in addition to a quarrel about the concepts we mentioned above, there is a possible approximation between your thoughts on the field of Ethics. In this sense, I try to show that, in the fabric of what I call Ethics-Aesthetics in Foucault and in the Ethics of Authenticity in Taylor, there is an unsettling connection about the way in which the self is formed.
ISSN: 1984-8900
DOI: https://doi.org/10.36311/1984-8900.2021.v13n34.p271-288%20
Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/12148
Palavras-Chave: Ética, Estética, Autenticidade, Liberdade
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