Individual Substances and Individual Accidents in the Categories of Aristotle
2015, V. 71, N.2-3 • Revista Portuguesa de Filosofia
Autor: António Pedro Mesquita
Resumo:
No segundo capítulo das Categorias, Aristóteles introduz um esquema conceptual de acordo com o qual, recorrendo a dois únicos critérios, “estar num sujeito” e “dizer-se de um sujeito”, é possível distribuir a realidade por quatro tipos de entes: as substâncias individuais, que nem estão num sujeito nem se dizem de um sujeito; as substâncias universais, que se dizem de um sujeito, mas não estão num sujeito; os acidentes individuais, que estão num sujeito, mas não se dizem de um sujeito; e os acidentes universais, que estão num sujeito e se dizem de um sujeito. O problema coloca-se ao nível do terceiro tipo de entes, os acidentes individuais (ou, em termos modernos, as “inerências”), em virtude, em particular, do modo como são definidos no texto, a saber, como algo que “não pode ser separadamente daquilo em que está”. Ora a importância desta cláusula, e, portanto, da sua correcta interpretação, vai muito para além de uma simples decisão em matéria textual ou mesmo doutrinária, se a restringirmos ao passo e à questão em apreço. Nela, joga-se todo o sentido que Aristóteles deseja atribuir à individualidade das inerências e, através dela, o modo como é por ele concebida a distinção ontológica entre substâncias e acidentes individuais, enquanto tipos diversos de itens individuais. Este, pois, o objecto do presente estudo: apreender o sentido e o fundamento da distinção entre substâncias e acidentes individuais em Aristóteles, a partir de uma análise do estatuto das inerências no segundo capítulo das Categorias.
Abstract:
In the second chapter of Categories, Aristotle introduces a conceptual scheme in accordance to which, using only two criteria, “being in a subject” and “said of a subject”, it is possible to distribute reality over four types of beings: individual substances, which are neither in a subject nor are said of a subject; universal substances, which are said of a subject but are not in a subject; individual accidents, which are in a subject, but are not said of a subject; and universal accidents, which are in a subject and are said of a subject. The problem arises with the third type of entity, individual accidents (or, in modern words, ‘inherences’), due to the way they are defined in the text, namely as something which “cannot exist separately from what it is in”. The importance of this clause, and therefore of its correct interpretation, goes far beyond the mere decision on textual or even doctrinal matters, if restricted to the passage and to the question under consideration. What is at stake here is the significance that Aristotle wishes to attribute to the individuality of inherences and, through that, the way in which the ontological distinction between individual substances and individual accidents – that is to say, between primary substances and their accidents as diverse types of individual items – is conceived by him. Here, then, is the scope of this paper: to grasp the meaning and the rationale of the distinction between individual substances and individual accidents in Aristotle, based on the analysis of the statute of inherences in the second chapter of the Categories.
ISSN: 0870-5283; 2183-461X
DOI: http://doi.org/10.17990/RPF/2015_71_2_0399
Texto Completo: https://www.publicacoesfacfil.pt/product.php?id_product=783
Palavras-Chave: acidente,Aristóteles,Categorias,individual,in
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