Fenomenologia e fenomenismo em Husserl e Mach

Vol. 7, No. 4 • Scientiae Studia

Autor: Denis Fisette

Resumo:

Como conciliar as repetidas críticas ao fenomenismo de Mach, um pouco por toda a obra de Husserl, com o papel proeminente que Husserl parece nele reconhecer em seus últimos trabalhos, quanto à gênese de sua própria fenomenologia? Para responder a essa questão, examinaremos, primeiramente, a relação estreita que Husserl estabelece entre o método fenomenológico e o descritivismo de Mach à luz do debate que opõe nativismo e empirismo sobre a origem da percepção do espaço. Em seguida, examinaremos dois aspectos da crítica que Husserl faz ao positivismo de Mach: o primeiro se refere ao fenomenismo e sua doutrina dos elementos, enquanto o segundo, ao princípio de economia de pensamento, que Husserl associa a uma forma de psicologismo em Prolegômenos. A hipótese que nos guiará nesse estudo é que as opiniões aparentemente contraditórias de Husserl sobre o positivismo de Mach se explicam em parte pelo estatuto duplo que a fenomenologia recebe em seus últimos trabalhos: enquanto programa filosófico, ela se opõe explicitamente ao positivismo; enquanto método, ela se aparenta ao descritivismo de Mach. Concluiremos com a ideia de que esses dois filósofos de origem checa perseguiam o objetivo comum de apreender o sentido originário de positividade.

Abstract:

How to conciliate the recurrent criticisms to Mach's phenomenism, a bit in all Husserl's work, with the outstanding role Husserl seems to recognise in phenomenism in his last works, as to the genesis of his own phenomenology? In order to answer this question, we examine, first, the close relationship stablished by Husserl between the phenomenological method and Mach's descriptivism in light of the debate that opposes nativism and empiricism regarding the origin of the perception of space. Next, we examine two features of Husserl's criticism to Mach's positivism: the first refers to phenomenism ans its doctrine of elements, and the second, to the principle of economy of thought, which Husserl associates to a kind of psychologism in Prolegomena. Our leading hypotheses in this study is that Husserl's apparently contradictory oppinions about Mach's positivism can be understood in part by the double character ascribed to phenomenology in his last works: as philosophical program, phenomenology explicitly opposes positivism, and as method, phenomenology resembles Mach's descriptivism. We conclude with the idea that these two philosophers of Czech descent pursued the common aim of grasping the originary meaning of positivity.

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1678-31662009000400002

Texto Completo: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1678-31662009000400002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Palavras-Chave: Phenomenology,Positivism,Phenomenism,Descript

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