Teleontologia: a expressão metafísica da modernidade tardia

vol. 47, n. 1 • Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia da Unesp

Autor: José Henrique Alexandre de Azevedo

Resumo:

EEsta é uma primeira tentativa do autor de propor um modelo metafísico de interpretação da modernidade tardia (que emerge na metade do século XVIII e vai até o fim da II Guerra), por meio do conceito de teleontologia. Assim, a teleontologia é o procedimento do espírito desse tempo de deslocar a ontologia (investigação sobre o ser enquanto ser, à qual a existência é um atributo) para uma teleologia, na qual a essência deve ser conquistada e revelada ao final de um processo progressivo. Em vez do Ser, o homem se tornou o grande objeto dessa investigação, e a pergunta sobre o ser enquanto ser deu lugar ao conceito iluminista de ser-homem (nunca realizado) e à finalidade de alcançá-lo, para satisfazer o que a razão projetou à espécie humana. No entanto, à medida que o projeto de atingir o nível do ser-homem avançava, clareava a sua verdadeira natureza, a saber, a expansão capitalista/colonial como força unilateral e arbitrária, a qual forçou todos a seguir paradigmas teleontológicos. A teleontologia demonstra que a metafísica (greco-cristã) é um elemento particular (e nunca universal) submetido a uma cultura e expressando, no caso aqui em questão, a estrutura de pensamento eurocentrado que se mundializou, através da expansão do capital/colonização. Neste escrito, propõe-se pensar sobre 1 – o que é a teleontologia, 2 – quais são os seus objetos, 3 – e qual é a sua origem.sta é a primeira tentativa de propor um modelo metafísico de interpretação da modernidade tardia (virada do século XVIII ao XIX), por meio do conceito de teleontologia. Assim, a teleontologia é o procedimento do espírito deste tempo de deslocar a ontologia (investigação sobre o ser enquanto ser à qual a existência é um atributo) para uma teleologia, na qual a essência deve ser conquistada e revelada ao final de um processo progressivo. Em vez do Ser, o homem se tornou o grande objeto desta investigação e a pergunta sobre o ser enquanto ser deu lugar ao conceito iluminista de ser-homem e à finalidade de alcançá-lo para satisfazer o que a razão projetou à espécie humana. No entanto, à medida que o projeto de atingir o nível do ser-homem avançava, clareava a sua verdadeira natureza, a saber, a expansão colonial como força unilateral e arbitrária que forçou a todos a seguir paradigmas teleontológicos. A teleontologia demonstra que a metafísica (greco-cristã) é um elemento submetido à cultura e  expressa, no caso aqui em questão, a estrutura de pensamento eurocentrado que mundializou-se, por meio da expansão do capital/colonização. Neste escrito nos propomos pensar sobre 1 – o que é a teleontologia, 2 – quais são os seus objetos, 3 – e qual é a sua origem.

ISSN: 1980-539X

DOI: https://doi.org/10.1590/0101-3173.2024.v47.n1.e0240078

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/14860

Palavras-Chave: Teleontologia, Ser, Ser-Homem, Colonialismo, Capitalismo

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