Decidindo pela fragilidade: uma análise de argumentos contra teorias multiplicadoras sobre a individuação entre-mundos de eventos

vol. 47, n. 3 • Trans/Form/Ação: Revista de Filosofia da Unesp

Autor: Ícaro Machado

Resumo:

Este artigo aborda uma questão clássica na Metafísica dos Eventos relacionada às condições em que um evento específico permanece inalterado diante de mudanças contrafactuais possíveis. Multiplicadores, os quais admitem pouca ou nenhuma variação nas categorias de propriedades para a individuação de eventos, contrastam com os unificadores, mais tolerantes a essas variações. Dois argumentos fundamentais são criticamente analisados. Primeiramente, são discutidos argumentos baseados em práticas linguísticas comuns, que sugerem falarmos comumente sobre mesmos eventos como podendo ocorrer em distintos pontos temporais. Contraexemplos demonstram a falta de confiabilidade dessas práticas, do ponto de vista da metafísica da individuação de eventos. Em segundo lugar, aborda-se o argumento de que a posição não fragilista entra em conflito com o princípio das possibilidades alternativas e a intuição de que casos com alternativas de ação muito próximas não envolvem responsabilidade moral. A análise indica que tais casos podem envolver ações numericamente distintas, sugerindo a necessidade de uma modificação no princípio das possibilidades alternativas. Conclui-se que não há razões plausíveis para rejeitar a postura fragilista, sendo possível decidir abdutivamente a favor dela.

ISSN: 1980-539X

DOI: https://doi.org/10.1590/0101-3173.2024.v47.n3.e02400185

Texto Completo: https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/15458

Palavras-Chave: Eventos, Individuação, Modalidade, Práticas Linguísticas, Princípio de Possibilidades Alternativas

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